É VACA MAS PARECE OVELHA
O Sapidus é um queijo artesanal que deixa provadores
experientes baralhados. Intenso, artesanal e puro O Sapidus recupera a cultura dos queijos tradicionais
Um apreciador que se preze gosta de olhar, tocar, cheirar, confirmar a temperatura, cortar, voltar a cheirar e, então sim, levar um pedaço do queijo à boca para descobrir a família de sabores e a intensidade dos mesmos (o tipo de leite e as técnicas de produção determinam tudo isto).
Quando pegamos numa das mais recentes novidades no mundo do queijo artesanal que é este Sapidus, feito no Norte do País, podemos ficar baralhados. Pelo formato, mais parece um queijo de vaca como tantos outros, mas à medida que o manipulamos as dúvidas começam. Ok, é de leite de vaca, mas tem aromas de bosque e de cogumelos, sendo que, na boca, até os especialistas - nós assistimos a isso no Porto - afiançam tratar-se de um queijo de ovelha, tal é a intensidade do seu sabor e o prolongamento deste no tempo, com um acídulo e um amargo desafiantes.
E como as dúvidas não se resolvem assim tão depressa, quando damos por nós uma boa parte do queijo já foi à vida, porque a curiosidade junta-se à gulodice e é um tal de dar ao dente. Além disso, por ser feito de leite de vaca e com o apoio do cardo vegetal (caso único em Portugal), não sentimos o ‘peso’ de um clássico queijo de ovelha, mais indicado para degustações homeopáticas.
O Sapidus é uma criação de dois especialistas no mundo dos laticínios da empresa TIL (Tradição e Inovação em Lacticínios), que quiseram provar que com leite de vaca também se podem fazer queijos com grandes intensidades de sabor (isto sem ofensa para essa obra-prima que é o Queijo São Jorge).
Numa parceria com a Lacticínios das Marinhas, os dois especialistas juntaram ao leite de vaca culturas lácteas selecionadas que vão dar complexidade ao queijo, sendo todo o processo artesanal e baseado na tradição queijeira das grandes regiões portuguesas.
Em cada queijo Sapidus há apenas leite, cardo, culturas lácteas e sal. Nem um único conservante. É por isso que quando cortamos o queijo em cunhas vai casca e tudo. Só ficam os dedos para lamber.