Correio da Manhã Weekend

UM HOMEM DE 47 ANOS FOI CONDENADO A 10 ANOS DE PRISÃO POR AGREDIR E VIOLAR PROSTITUTA­S.

AGRESSÕES r Quis silenciar com brutalidad­e as três vítimas após os abusos

- MÁRIO FREIRE

Joaquim Pinto de Sousa, de 47 anos , foi ontem condenado a dez anos de prisão e ao pagamento de 22 mil euros por danos não patrimonia­is a três mulheres que se dedicavam à prostituiç­ão na Baixa de Coimbra e que o arguido agrediu e violou na mesma noite.

“Foram cerca de duas horas que não lembram ao diabo e o facto é que acontecera­m”, disse ontem o juiz Miguel Veiga, na leitura do acórdão. O tribunal deu como provados o essencial dos factos da acusação. O arguido apresentou-se às mulheres como cliente, mas depois obrigou-as a sexo, acabando por as agredir, ameaçando com mais violência , que seria “até à morte”, caso fizessem queixa. Nessa mesma noite, acabaria por ser apanhado, quando a última mulher conseguiu fugir toda nua e pedirajuda na rua. As outras duas, que já estavam hospitaliz­adas devido aos ferimentos das agressões, acabaram por denunciar que tinham sido violadas.

“Estamos a falar de três vítimas, e já que fosse só uma era mau. São crimes que não lembram a ninguém e não podem acontecer”, disse o juiz, lembrando “a brutalidad­e” usada, tal como justificaç­ão que deu quando confrontad­o, mais do que uma vez no julgamento. O arguido respondeu “que o fez porque lhe apeteceu, por elas estarem ali na má vida e que é para aquilo que elas ali estavam”.

O Tribunal lembrou ainda que “o mundo não é dos mais fortes, nem elas, as vítimas, por estarem na prostituiç­ão, são menos pessoas que outras”, sublinhou o juiz com veemência.

“FORAM DUAS HORAS QUE NÃO LEMBRAM AO DIABO, MAS QUE ACONTECERA­M”

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