Correio da Manhã Weekend

DESMAIO MARATONA DE SACRIFÍCIO

DESISTÊNCI­A r Sara Moreira não resistiu ao calor e às adversidad­es da prova e chegou mesmo a perder os sentidos

- MÁRIO FIGUEIREDO

Estou cá, estou viva. Não sei o que aconteceu. Lembro-me de ter passado a meia-maratona, porque por volta dos 18 quilómetro­s parei para ir à casa de banho, mas, depois, comecei a correr e caí para o lado, não me lembro de nada. Acordei rodeada de japoneses”, disse a maratonist­a Sara Moreira. “Foi um susto, já estou bem. Sei agora que passei os 21 quilómetro­s, mas não sei quando caí”, acrescento­u, visivelmen­te abatida.

A portuguesa já estava em quebra e seguia no 75º lugar, a 03.27 minutos do grupo de 12 atletas que liderava a maratona dos Jogos de Tóquio 2020, que decorreu em Saporo.

Sara Moreira surgiu na zona mista, amparada, depois de ter deixado o percurso da prova em cadeira de rodas, numaaltura em que os termómetro­s registavam um temperatur­a de 30 graus.

Em jeito de balanço, e após uma preparação que foi complicada e com um divórcio pelo meio, Sara destacou que a sua “participaç­ão já foi uma vitória”, embora não escondesse o desejo de “ter terminado a prova”.

“Estou triste porque queria, pelo menos, terminar a corrida. Não foi possível. Nada disso apaga tudo o que fiz para estar cá”, salientou a atleta, que também já tinha desistido no

Rio de Janeiro em 2016.

A maratona contou ainda com a presença de Carla Salomé Rocha que terminou a prova em 30º lugar (2:34.52 horas). “Queremos sempre

PORTUGUESA DIZ TER CAÍDO E DEPOIS NÃO SE LEMBRA DE MAIS NADA

SALOMÉ ROCHA (30ª) E SARA NOGUEIRA (70ª) ESTIVERAM DISCRETAS

mais. Este foi o resultado possível”, afirmou.

Já Sara Catarina Nogueira cortou a meta em 70º (2:55,01) e não escondeu que terminou os 42,1 quilómetro­s “exausta e completame­nte esgotada”.

A prova, disputada sob um calor intenso, foi ganha pela queniana Peres Jepchirchi­r em 2:27.20 horas, superando a compatriot­a Brigid Kosgei, a recordista mundial (2:14.04), em 16 segundos.

A grande surpresa da prova foi mesmo a terceira classifica­da, Molly Seidel. A norte-americana, com uma corrida cautelosa mas sempre com o pódio no horizonte, logrou chegar ao bronze (2:27.46).n

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Sara Moreira desmaiou e foi assistida. Saiu de cadeira de rodas e só se lembra de passar os 21 km

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