Ano de pandemia superado com sucesso
BALANÇO r O ano passado, a Adega de Pegões apostou no crescimento das vendas em súper e hipermercados e na diversificação da sua gama, o que contribuiu para manter a faturação ao nível de 2019. Este ano o negócio da empresa já cresceu 10% em Portugal e no
Após o primeiro embate da pandemia, que obrigou ao confinamento das pessoas em todo mundo, com consequências negativas no negócio das empresas, a Adega de Pegões procurou, ainda em março de 2020, retomar a atividade, vendendo mais em súper e hipermercados para compensar a perda das vendas resultante do fecho de restaurantes e hotéis. A mudança teve sucesso e contribuiu para a empresa recuperar de forma significativa no ano passado.
“2020 foi um ano completamente atípico”, diz Jaime Quendera, diretor-geral e enólogo da Adega de Pegões. Conta que as vendas dos dois primeiros meses do ano passado estavam a correr muito bem, até que chegou março, mês do início do primeiro confinamento, que foi “o mais fraco de sempre de que me lembro”. Era urgente gerir a crise gerada pela pandemia de Covid-19.
VINHOS DE VINHAS VELHAS
Nessa altura, a Adega de Pegões, que já estava bem implantada na Distribuição Moderna (súper e hipermercados), passou a apostar ainda mais nas vendas através desse canal, medida que compensou as perdas resultantes do fecho dos estabelecimentos do canal Horeca (hotelaria, restauração e cafés) e contribuiu para as vendas totais da empresa no ano terem sido apenas 3% inferiores a 2019.
Por outro lado, no período de confinamento houve um aumento na venda de vinhos das gamas mais altas, “porque as pessoas com níveis de vida mais elevados, que iam comer mais vezes aos restaurantes, não o puderam fazer e passaram a beber vinho em casa, e melhor”, explica Jaime Quendera. Prevendo essa oportunidade, a empresa criou duas linhas de vinhos de vinhas velhas, de gamas mais elevadas, “cujas vendas correram muito bem”. Habitualmente o preço influencia a escolha dos portugueses, quando compram o vinho na prateleira. “Mas não foi isso que
OS MAIS DE MIL PRÉMIOS QUE A ADEGA DE PEGÕES JÁ CONQUISTOU DEMONSTRAM A QUALIDADE DO TRABALHO FEITO ATÉ AGORA
aconteceu em 2020, pelo menos com os nossos vinhos”, conta Jaime Quendera, acrescentando que foi a disponibilidade de um volume significativo de vinhos de vinhas velhas da casta Castelão, produzidos pelos sócios da
Adega de Pegões, que levou à decisão de lançar esta nova gama. “Vendeu mais de 100 mil garrafas o ano passado”, revela o enólogo. Conta também que toda a equipa da empresa foi enviada para casa em março do ano passado, e explica que as vendas foram reativadas no fim do mês, o que obrigou à chamada de todas
as pessoas ao trabalho. Depois, a Adega de Pegões nunca mais parou. Foram estabelecidos protocolos covid, para garantir a segurança de toda a equipa, que está até hoje a trabalhar em dois turnos.
MERCADOS ASIÁTICOS CRESCEM Ao nível internacional, a empresa teve quebras de venda significativas nos mercados asiáticos no ano passado, superiores a 50%, que foram parcialmente compensadas pelo crescimento nos mercados norte-americano e canadiano. A Adega de Pegões teve também quebras significativas nos seus principais mercados da Europa Central, como Alemanha, Inglaterra, Holanda e Bélgica, principalmente “no canal Horeca e em que trabalha de forma muito significativa. Estas quebras foram “parcialmente compensadas pelos crescimentos de vendas na Polónia e no monopólio sueco”, conta Jaime Quendera, acrescentando que o mercado da América do Sul se manteve equilibrado, “sobretudo por causa das vendas no Brasil”. No início de 2021, os primeiros mercados onde as vendas começaram a recuperar foram os asiáticos, o caso da China, Filipinas, Japão e Coreia do Sul. Segundo Jaime Quendera, nestes países e em Portugal, as vendas acumuladas aumentaram 30% em relação ao ano anterior, o que contribuiu para que a adega tenha crescido, em termos globais, 10% no primeiro semestre deste ano em relação ao anterior.