Correio da Manhã Weekend

“Acho que já estou preparado para ser avô”

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Em 2018, com os filhos,

Qual foi o dia mais feliz da sua vida?

Os dias do nascimento dos meus filhos. São momentos únicos. Eu joguei com o Barcelona na véspera do nascimento do meu filho Paulo. Quando saí para o estágio, a Isabel ainda estava em casa. Ganhámos o jogo por 4-0, para a Taça, e sofri uma rutura tremenda. Saí antes do fim do jogo. Aquilo parecia que tinha sido o destino. Cheguei ao balneário, feliz com a vitória, e disseram-me que a Isabel tinha ido para o hospital. Já não fui a casa. Fui diretament­e do estádio para o hospital. Quando fui pai, senti algo que nunca tinha sentido.

E o mais triste?

O faleciment­o do meu pai.

Quais são os seus hobbies?

Com 21 anos, quando fui para Madrid, vivia num chalé. Quando cheguei a Espanha disseram-me que havia um rei na história, não sei em que século, que vivia num castelo, mas não saía do quarto. Eu pensava: “Maluco, tem o castelo todo e não sai dali.” Hoje, com 55 anos, penso de outra maneira. Na casa de Madrid, tenho de dar 15 passos para ir à casa de banho e depois voltar para trás. Ao todo, 30 passos. Com 21 anos dormia logo 3 minutos depois de me deitar, mas com 55 já não durmo. Aqui, em Portugal, vivo num apartament­o normal. Para ir à casa de banho dou dois ou três passos e volto a dormir. Isto para dizer que a qualidade de vida é diferente. O rei, que eu dizia que estava louco, tinha razão. Quando era miúdo, na casa dos meus pais, a casa de banho era no piso de cima e eu dormia em baixo, no quarto do meu irmão. Para não ir lá acima, tinha um penico ao lado [risos]. Custa-me ir para Madrid. Adoro dormir. Gosto de descansar. Fujo do sol, sou mais

de montanha. Não gosto de conduzir.

E pesca? Não gosta?

Sou de uma terra de pescadores. Pesquei muito, mas sou muito impaciente. Ia, mas estava sempre inquieto. Desesperav­a. Mas pesquei muitas vezes. A família da minha mãe era do bairro dos pescadores do Montijo. Nasceram ali, eram mesmo todos pescadores.

Tem netos?

Não. O Paulinho continua a viver a vida e faz muito bem. O Fábio está com uma miúda espetacula­r há uns anos. Já vivem juntos. Acho que já estou preparado [para ser avô]. Adorava. Quando tinha 40 anos, dizia-lhe: “Calma, não me faças avô.” Agora vão ver a entrevista e vão pensar: “afinal” [risos].

Preferia um menino ou uma menina?

Um casal. É engraçado que quando o

Fábio nasceu não estávamos a contar com um menino. Tínhamos o quarto todo de rosa porque era para ser uma menina [risos]. Eram outros tempos. Acho que era para se chamar Isabel. Já não me recordo. Depois ficou Fábio, porque eu e a Isabel gostávamos do nome, e também por causa do Fábio Júnior [cantor brasileiro].

Qual é a sua comida favorita?

Bacalhau à Brás. Em Espanha, fazem arroz à cubana. Ovos estrelados com arroz e mexe-se tudo. Leva molho de tomate, mas eu não meto. Não gosto de tomate. Só como tomate com mozzarella. Salmão, sardinhas e carapaus… também não gosto. Quando era miúdo adorava, mas de um momento para o outro deixei de comer. Talvez por causa das espinhas. Também não gosto de sushi, não há maneira de entrar [risos]. Não gosto de bebidas de alcoólicas.

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no fim do jogo entre o Atlético de Madrid e o Sporting

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