Guerra sem fim no leilão da quinta geração móvel
POSIÇÃO r MEO rejeita alteração de regras proposta pelo regulador Anacom e ameaça com tribunal ATRASO r Processo de licitação dura há sete meses e Portugal arrisca só ter nova tecnologia em 2022
Continua sem fim à vista a guerra entre operadoras de telecomunicações e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) por causa do leilão e implementação da quinta geração móvel (5G) em Portugal. Agora, a Altice (dona da Meo) diz recusar as alterações das regras do processo de licitação propostas pelo regulador das telecomunicações e pretende acionar os meios legais para impedir que as mesmas sejam implementadas. Uma posição que, sabe o CM, é partilhada por NOS e Vodafone.
PORTUGAL ARRISCA SER O ÚLTIMO PAÍS DA UNIÃO EUROPEIA COM 5G
Esta não é a primeira vez que a Anacom altera as regras com o objetivo de acelerar o leilão, que dura há sete meses. O regulador já tinha obrigado ao aumento do número de rondas de licitações diárias, uma medida que, no entanto, não surtiu efeito. Por isso, recorde-se, propôs recentemente novas regras, com o objetivo de obrigar as operadoras a colocarem mais dinheiro na mesa das negociações. Em reação, a Meo considera que “pior que errar é insistir no erro”, reforçando que desde o início o processo tem sido completamente errático e “lamentável”.
Acusa ainda o regulador, liderado por João Cadete de Matos (que tem recusado todas as críticas das operadoras), de ter perdido milhares de milhões de euros na captação de investimento no setor, por não estar à altura das exigências do processo 5G. De resto, e devido à demora no leilão, Portugal arrisca-se a só ter ofertas comerciais da 5ª geração móvel em 2022. Poderá mesmo ser o último país da União Europeia a ter 5G.n