Correio da Manhã Weekend

Condutor de 97 anos quer renovar carta

REVALIDAÇíO Casimiro Flórido sai todos os dias com o seu carro e diz que nunca teve um acidente LICENÇA Fez o exame de condução em 1964. Irmão, de 93 anos, também espera revalidar título

- PAULA GONÇALVES

Casimiro Nogueira Flórido, residente em Cheira, Penacova, vai fazer 98 anos a 11 de novembro e, antes do seu aniversári­o, pretende revalidar a carta de condução. “Saio com o carro todos os dias para passear e não tenho problemas em conduzir”, contou ao CM após mais uma viagem e depois de estacionar a viatura na garagem de casa, sem grande dificuldad­e.

Até agora diz nunca ter tido problemas em renovar o título e espera voltar a fazê-lo, já que a sua carta caduca em novembro. Casimiro sente-se “perfeitame­nte capaz” para conduzir: “Vejo bem, apesar de não ser como antigament­e. Mas até um gato vejo lá ao fundo, bem longe, portanto também vejo uma pessoa”. De resto, tem a certeza que, “se não estivesse em condições”, o médico também não lhe passava o atestado médico, que é exigido a partir dos 70 anos de idade. Casimiro Nogueira Flórido tem carta desde 1964 e salienta que nunca teve um acidente. “Temos de saber o que andamos a fazer porque a estrada não é só nossa”, lembra. Com 97 anos diz que pode fazer desde 60 a 100 quilómetro­s por dia. “Vou onde me apetece. Vou a Coimbra e corro a cidade inteira sem problemas. Mas também posso ir à

Lousã ou ao Fundão”, lembra.

O seu irmão Manuel, de 93 anos, que reside na mesma aldeia, também tem carta de condução válida e espera, igualmente, revalidá-la para continuar a dar as suas “voltas”, mas já não tem coragem para sair do concelho, segundo diz.

Casimiro tem cinco irmãos e todos “com uma vida longa” e “com a cabeça ainda direita”. Desconhece o segredo para tal longevidad­e: “Malandrice não foi, que todos trabalhámo­s muito. O meu primeiro trabalho foi puxar barcas carregadas de sal pelo rio Mondego, desde a Figueira da Foz até Penacova. Era muito duro”. Ultimament­e já dorme “umas boas sestas” e está convencido que isso contribui para se sentir bem.n

IDOSO AFIRMA QUE PODE PERCORRER DE 60 A 100 QUILÓMETRO­S POR DIA

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No alto dos seus 97 anos, Casimiro não está preparado para abdicar de um dos seus prazeres: conduzir

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