DEPUTADA JOACINE KATAR MOREIRA PRETENDE A RETIRADA DE PAINÉIS DA A.R. PARA UM ESPAÇO MUSEOLÓGICO.
DEPUTADA r Considera que pinturas “garantem o prolongamento da visão do Estado Novo” HISTÓRIA r Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral entre os retratados
Adeputada Joacine Katar Moreira quer retirar as sete pinturas do Salão Nobre da Assembleia da República (AR) por considerar que “garantem o prolongamento da visão do Estado Novo”. Critica a forma como os pintores retrataram os povos colonizados e recomenda ao Governo a sua “contextualização histórica crítica” e retirada para um espaço museológico.
“Urge contextualizar os problemáticos painéis presentes no Salão Nobre, na medida em que garantem o prolongamento da visão do Estado Novo da normalização da subjugação de outros povos e culturas e demais violências associadas, assim como da glorificação do passado colonial português”, alega a deputada não inscrita no projeto de resolução que vai entregar no Parlamento.
Para Joacine, “as sete pinturas em causa chocam pela forma como os pintores escolheram retratar os povos colonizados, em posições de subalternidade, permissividade e infantilidade e pela forma heroica como retrataram o poder colonial e a sua empresa, normalizando-a e a toda a sua violência, omitindo os impactos dessa subjugação nos povos e territórios capturados e explorados”.
A deputada entende que a exposição dos painéis no espaço das receções oficiais “contribui para a naturalização da subjugação dos povos, a relativização ou omissão da repressão, da opressão e da exploração coloniais, numa perspetiva da história que permanece colonial, que é racista e que é pretensiosamente ‘só’ na negação constante de factos históricos que recordam o passado de violência e subjugação”.
No projeto de resolução recomenda ainda ao Executivo que “incite a AR à colocação urgente de textos introdutórios” com a “recontextualização das pinturas”.n
CRITICA A FORMA COMO OS PINTORES RETRATARAM OS POVOS COLONIZADOS