Agredido pelo pai antes de o matar
HOMICÍDIO r Tiago entregou-se com os olhos negros e várias escoriações que indiciam troca de agressões REAÇÃO r Defesa do jovem de 23 anos garante que não houve premeditação do crime
Tiago Monteiro, o jovem de 23 anos que matou o pai em Algés, terá cometido o crime não só para proteger a mãe e a irmã, mas também para repelir uma agressão às mãos do progenitor. O jovem tinha ferimentos – olhos negros e várias escoriações – que indiciam uma situação de troca de agressões entre os dois antes do homicídio. Apesar de ter ficado em prisão preventiva, este facto pode ser fundamental durante o julgamento para comprovar que o ato foi cometido em legítima defesa.
À CMTV, o advogado Albano Cunha garantiu que não houve premeditação. Tiago terá matado Manuel Monteiro, de 64 anos, durante a discussão na cozinha e só depois de arrastar o corpo para o quarto é que amarrou os pés e colocou um saco de plástico na cabeça. O jovem estaria muito alterado psicologicamente uma vez que o pai acabara de garantir que iria matar a mãe. Na origem da discussão terá estado o facto de Tiago se ter esquecido de ligar uma ventoinha na casa de banho, que levou o pai a insultá-lo e a uma troca de agressões.
A violência no seio daquela família era conhecida há muito pelos vizinhos. As intervenções da polícia e as marcas no corpo da mãe não deixavam dúvidas. Mas na rua, Manuel Monteiro obrigava a mulher a andar de mão dada para dar um ar de normalidade perante os vizinhos.
O medo era uma constante na família. Mesmo as queixas por violência doméstica terminaram com o processo suspenso após proposta do Ministério Público. A multa a que Manuel Monteiro foi condenado acabou por ser paga pela própria vítima devido ao receio de ser novamente agredida.
Tiago já confessou o crime e não mostrou arrependimento, antes alívio. Está agora em prisão preventiva, mas com acompanhamento psicológico para prevenir o risco de suicídio na prisão.n
AFIRMA QUE AMARROU PÉS APÓS PROGENITOR ESTAR INANIMADO