Por uma Escola Integral
Regressa a vida escolar. Mais de um milhão de crianças e jovens voltam às suas actividades lectivas. E, de novo, regressam a uma formação que, no sistema público de ensino, é ainda muito incompleta! Uma escola completa deve oferecer, em primeiro lugar, uma formação científica de qualidade, nas áreas fundamentais, na Matemática, Português e outras Línguas, História, Ciências. E, nesta matéria, a oferta é, hoje, na generalidade das escolas, de qualidade. Mas, paralelamente, a escola deve facultar ainda formação desportiva ou psicomotora, bem como a nível cultural e afectivo. E nestas suas competências, o sistema tem vindo a falhar rotundamente.
A par das aulas tradicionais, os alunos deveriam poder aceder a uma educação física integral, com práticas desportivas sistemáticas. Só estas proporcionam as condições para um crescimento saudável, física e psicologicamente. Os jovens deveriam poder escolher a prática do desporto de sua preferência. Com desporto diário, seriam mais saudáveis e estariam bem mais tranquilos e atentos nas aulas, num modelo que privilegie uma “alma sã em corpo são”. Este objectivo não se consegue, evidentemente, com umas episódicas aulas de educação física, findas as quais os alunos nem sequer dispõem de condições para tomar banho!
Para além das componentes académica e desportiva, os alunos deveriam poder concretizar, no seio da escola, as suas competências culturais, aprendendo música, dança, teatro ou pintura. Com estas aptidões artísticas, teriam certamente uma vida mais feliz e seriam até mais aptos para as aprendizagens académicas mais tradicionais.
Para chegarmos ao modelo de Escola integral que aqui defendo – que é a do padrão europeu de que estamos ainda tão distantes – há muito a fazer, para além de integrar estes princípios nos currículos. Desde logo, no plano físico, urge dotar os edifícios escolares de mais balneários, pavilhões desportivos e auditórios. É ainda urgente que os docentes, de todas as áreas de formação, disponham de gabinetes condignos, para trabalhar e receber alunos ou pais.
Para atingir este paradigma, é necessário apenas vontade e organização. Os investimentos são até muito insignificantes, se comparados com os milhares de milhões que já se enterraram nos Bancos.n
OS ALUNOS DEVERIAM CONCRETIZAR, NO SEIO
DA ESCOLA, AS SUAS COMPETÊNCIAS CULTURAIS,
APRENDENDO MÚSICA, DANÇA,
TEATRO OU PINTURA.
OS INVESTIMENTOS SÃO ATÉ
MUITO INSIGNIFICANTES, SE COMPARADOS COM OS MILHARES DE MILHÕES QUE JÁ SE ENTERRARAM
NOS BANCOS.