Judiciária faz buscas na Fundação Inatel
PROCESSO r Na mira da investigação estão contratos adjudicados por ajuste direto a determinada empresa ESQUEMA r Em causa estão suspeitas de peculato e abuso de poder. Há vários visados
APolícia Judiciária (PJ) realizou buscas nas instalações da Fundação Inatel, em Lisboa. Em causa estão suspeitas de abuso de poder e peculato que envolvem atuais e antigos funcionários. No centro da investigação, sabe o CM, estão contratos suspeitos que foram adjudicados diretamente a uma determinada empresa por ajuste direto. Os factos, apurou o CM, remontam a 2018.
As buscas da PJ aconteceram há um mês e apanharam de surpresa os responsáveis da Fundação Inatel. Foram apreendidos vários documentos. Os investigadores passaram a pente fino contratos celebrados nos últimos anos. Confrontado pelo CM, Francisco Madelino, presidente do Conselho de Administração da Fundação Inatel, confirmou as buscas mas negou que já tenha sido constituído arguido. “Levaram documentos. Investiga-se também a utilização de um telemóvel por parte de uma ex-funcionária sem autorização”, afirmou. Relativamente às compras por ajuste direto, segundo esclareceu o presidente da fundação, investigam-se os contornos da celebração de contratos por ajuste direto com uma “empresa de brindes”.
A PJ avançou para o terreno no início de agosto. A diligência da Unidade da Combate à Corrupção da PJ centrou-se na sede da Fundação Inatel, em Lisboa. Durante várias horas, os inspetores da PJ passaram a pente fino os escritórios e recolheram documentos, que serão agora analisados e poderão consolidar os indícios.
Criada em 1935 como Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), a Fundação Inatel, hoje tutelada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, desenvolve atividades de valorização dos tempos livres nas áreas do turismo social, da cultura popular e do desporto amador, com profundas preocupações de humanismo e elevados padrões de qualidade.n
POLÍCIA JUDICIÁRIA APREENDEU DOCUMENTOS DURANTE AS BUSCAS