Alemanha busca sucessor de Merkel
OMBRO A OMBRO r Social-democratas e conservadores estão virtualmente empatados nas sondagens COLIGAÇÃO r Verdes ou liberais podem ter a chave do próximo governo
Os eleitores alemães escolhem hoje quem será o sucessor de Angela Merkel à frente do governo, numas eleições em que está tudo em aberto. Os dois principais candidatos, Olaf Scholz, do SPD (social-democrata), e Armin Laschet, da CDU/CSU (conservador) chegaram ao final da campanha virtualmente empatados nas sondagens e, seja qual for o vencedor, terá de negociar uma coligação com mais um ou dois partidos, num processo que poderá arrastar-se durante meses.
Até quase ao final da campanha, as coisas pareciam correr de feição a Scholz. O atual ministro das Finanças que, paradoxalmente, se assume como o candidato da continuidade, chegou a liderar as sondagens com cinco pontos de vantagem, mas Merkel, que inicialmente se manteve distante da corrida, decidiu entrar na campanha em socorro do candidato do seu partido e reequilibrou a contenda com a mensagem de que só a CDU conseguirá garantir uma Alemanha estável. Um sondagem da ZDF dava na sexta-feira 25% ao SPD e 23% à CDU e outra, do Frankfurter Allgemeine, colocava os dois partidos separados por apena um ponto (26%-25%). Em ambos os casos, a diferença fica dentro da margem de erro, o que aponta para um empate técnico.
Independentemente de qual for o partido mais votado, terá de negociar uma coligação maioritária no Parlamento. Os Verdes e os liberais do FDP são os candidatos óbvios, mas não está completamente descartada uma reedição da atual ‘grande coligação’ entre a CDU/CSU e o SPD, embora com os papéis invertidos se os social-democratas acabarem por ser os mais votados. De fora parecem estar os radicais da Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita), com quem nenhum partido admitiu negociar, ou do Die Linke (extrema-esquerda), que poderá até ficar de fora do próximo Parlamento.n
CHANCELER CESSANTE AJUDOU A REEQUILIBRAR CORRIDA NA RETA FINAL