Governo garante que preço dos quartos caiu
DADOS r Preço médio no País recuou 1,4%, para 267 €, segundo o Observatório do Alojamento criado pelo Executivo ALERTA r Federação Académica de Lisboa desconfia da descida e denuncia aumento do abandono devido às rendas altas
Cerca de 49 mil alunos entraram no Ensino Superior público na 1ª fase do concurso e o preço do alojamento continua a ser a maior dor de cabeça para os estudantes deslocados. Segundo o Observatório do Alojamento Estudantil, criado pelo Governo, houve uma descida nas rendas, embora os universitários duvidem da quebra.
“Havia, a 24 de setembro, cerca de 9600 quartos disponíveis em todo o País, com preço médio nacional de 267 € por quarto, o que representa uma redução de 1,4% do preço médio face ao início do ano”, adiantou ao CM o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), garantindo que a descida
LISBOA É A CIDADE MAIS CARA COM A RENDA MÉDIA A SITUAR-SE NOS 326 €
PORTO E SETÚBAL COM PREÇOS MÉDIOS IGUAIS DE 250 EUROS
foi “particularmente expressiva na zona de Lisboa (menos 6%) e Madeira (-4,2%)”.
Lisboa é a cidade mais cara (o preço máximo atinge os 503 €), mas o custo médio de um quarto caiu de 342 € para 326 € este ano. Os alunos desconfiam desta alegada descida. “Os números do Observatório induzem em erro. O mínimo de 177 € em Lisboa é um grande achado, mas quartos a esse preço não têm condições”, disse ao CM Francisco Pereira, da
Federação Académica de Lisboa, frisando: “Há redução nas candidaturas em Lisboa, porque os preços são inconcebíveis e explicam o aumento do abandono escolar. Muitos alunos não voltaram este ano letivo por falta de condições”. Porto e Setúbal são as 2ª e 3ª cidades mais caras, com um quarto a chegar, respetivamente, aos 417 e 400 €. O preço médio nestas duas capitais de distrito é de 250 € (no Porto caiu 23 € e em Setúbal manteve-se). Os locais mais baratos para estudar são Bragança e Guarda.n