Pensões custam mais 300 milhões num ano
MONTANTE r Custo total até agosto deste ano foi de 11,8 mil milhões de euros, mais 2,8% face a 2020 MOTIVO r Aumento extraordinário de 10 euros nas pensões até 658,22 euros ajuda a explicar subida
Adespesa acumulada da Segurança Social com pensões registou um acréscimo na ordem dos 300 milhões de euros até agosto, quando comparada com o mesmo mês de 2020, de acordo com a mais recente síntese da execução orçamental divulgada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO). Nos primeiros oito meses do ano, as pensões e complementos representaram um custo na ordem dos 11,8 mil milhões de euros, o correspondente a uma subida de 2,8% no espaço de um ano.
Este aumento dos gastos por parte da Segurança Social fica a dever-se, segundo a DGO, ao impacto da atualização extraordinária de pensões de 2021, com o aumento de 10 euros por pensionista, desde que o valor recebido fosse igual ou inferior a uma vez e meia o chamado indexante de apoios sociais (658,22 euros), medida inscrita no Orçamento do Estado (OE) para este ano.
Também no OE de 2020 foram inscritas verbas para uma atualização extraordinária das pensões mais baixas no valor de 10 euros, bem como de seis euros para pensões cujo montante fixado tenha sido atualizado no período entre 2011 e 2015.
As atualizações do ano passado fizeram subir a despesa acumulada até agosto, face a 2019, num montante de 400 milhões de euros. Somado o acréscimo registado, em dois anos, a Segurança Social viu o valor das pensões que pagou aumentar 700 milhões de euros.n
A líder do BE, Catarina Martins, defendeu ontem que “estão reunidas as condições, pelos dados económicos fornecidos pelo Governo, para garantir [no Orçamento do Estado de 2022] que todas as pessoas com 40 anos de descontos possam reformar-se sem cortes do fator de sustentabilidade (15,5%)” e os pensionistas “que se reformaram com regimes penalizadores e que hoje já não existem, porque a lei foi alterada, possam ter o recálculo da sua pensão, corrigindo injustiças.”n
PENSÕES CUSTAM HOJE 700 MILHÕES DE EUROS A MAIS FACE HÁ DOIS ANOS