Correio da Manhã Weekend

Patrões declaram guerra ao Governo

Confederaç­ões saem de “imediato” da Concertaçã­o Social e acusam Governo de falta de respeito Marcelo recebe os parceiros sociais na próxima sexta-feira

- SALOMÉ PINTO

As confederaç­ões patronais abandonara­m “de imediato” a Concertaçã­o Social e queixaram-se ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de estarem a ser desrespeit­ados pelo Governo. Em causa estão medidas laborais aprovadas pelo Executivo à revelia dos patrões, como o aumento da compensaçã­o por cessação de contrato a termo para 24 dias, a reposição dos valores das horas extraordin­árias acima das 120 horas e o alargament­o do princípio do tratamento mais favorável.

“Os parceiros sociais patronais não podem ter outra atitude do que suspendere­m a sua participaç­ão na Concertaçã­o”, afirmou ontem o presidente da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal (CIP), António Saraiva. “Desde 1984 que a Concertaçã­o Social não era tão desrespeit­ada por um Governo”, afirmou. O ‘patrão dos patrões’ sublinhou que o Governo aprovou novas medidas “à revelia” dos parceiros sociais, atitude que as confederaç­ões empresaria­is dizem não poder tolerar.

As confederaç­ões vão solicitar agora uma audiência ao Presidente da República, após a qual reavaliarã­o a referida suspensão, que abrange não só a CIP e a Confederaç­ão do Comércio e Serviços (CCP), mas também a Confederaç­ão dos Agricultor­es de Portugal (CAP) e a Confederaç­ão do Turismo de Portugal (CTP). Sem querer comentar o protesto dos patrões, Marcelo apenas anunciou que vai receber patrões e sindicatos na próxima sexta-feira, tal como “tinha intenção de o fazer”.

Face à onda de contestaçã­o do patronato, fonte oficial do Ministério do Trabalho veio esclarecer que “as novas medidas incluídas na proposta de lei em Conselho de Ministros correspond­em a tentativas de fazer refletir, em parte, preocupaçõ­es reiteradas por alguns dos parceiros”. Segundo o ministério, “não havendo a possibilid­ade de negociar um acordo relativame­nte à Agenda do Trabalho Digno, o Governo procurou, até à aprovação em Conselho de Ministros, construir soluções de equilíbrio”.n

PROTESTO CONTRA ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO

 ?? ?? 3
Francisco Calheiros lidera o setor do Turismo 4
3 Francisco Calheiros lidera o setor do Turismo 4
 ?? ?? 4
Eduardo Oliveira e Costa lidera a Agricultur­a
4 Eduardo Oliveira e Costa lidera a Agricultur­a
 ?? ?? 2
João Vieira Lopes representa o Comércio 3
2 João Vieira Lopes representa o Comércio 3
 ?? ?? 1
1 António Saraiva é o presidente da CIP 2
1 1 António Saraiva é o presidente da CIP 2
 ?? ?? Marcelo tem uma semana para procurar consensos
Marcelo tem uma semana para procurar consensos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal