A dura realidade contra a qual lutamos

OBenfica foi a última equipa portuguesa a levar um banho de realidade na Liga dos Campeões. E isto depois de 75 minutos meritórios, em que misturou suor, sorte e algumas pitadas de audácia e talento para chegar a sonhar com um resultado positivo. São muitos os analistas que arrasam a prestação encarnada nos últimos minutos ou as substituições de Jesus. Confesso que não faço parte do lote. Não querendo ser fatalista, acho que existe uma diferença real e enorme entre o Bayern e o Benfica. Por muito que num jogo a equipa da Luz possa encurtar a distância, ela está lá.

A dura realidade contra a qual lutamos é vivermos num pequeno país à beira-mar plantado, que vai resistindo a vender a alma a John Textors ou grupos

BAYERN, LIVERPOOL E ATÉ AJAX SÃO MUITO FORTES, INFELIZMENTE

árabes a quem os nossos emblemas nada dizem. E é com muita argúcia e passivos astronómicos que vamos fazendo frente a clubes de muito maior poderio económico. Bayern, Liverpool e até Ajax são hoje equipas demasiado fortes. Claro que os holandeses patamares abaixo de alemães e ingleses. Mas com uma cultura de paciência e aposta na formação que de x em x anos lá dá uma fornada capaz de dar cartas. E de ser vendida a bom preço.

Querer que Sporting, FC Porto e Benfica ganhem a estes adversários é pedir demasiado. E não falo apenas de orçamentos. Falo de qualidade, talento, poder económico, tudo misturado. Prefiro reconhecer o esforço que é pedido a Amorim, Conceição e Jesus. Bom trabalho, meus caros. E boa sorte. Bem precisamos.n