Correio da Manhã Weekend

A morte saiu à rua

- BERNARDO RIBEIRO DIRETOR DO RECORD

Violência. Violência extrema. Crimes de sangue. Tiroteios no bairro. Os festejos do título do FC Porto não mereciam ficar enlameados por algo assim. Porque esta gente não representa todos aqueles que amam futebol. Nem sequer a claque a que pertencem. Mas a verdade é que o poder político fechou demasiado tempo os olhos a estes fenómenos e hoje as claques estão aprisionad­as por gangs de criminosos que fazem da cor do clube o seu sustento. E a isso juntam tráfico de drogas, de bilhetes, enfim, um sem-número de malfeitori­as a que o Estado português e até os líderes dos clubes vão fechando os olhos, sabe-se lá porquê.

Claro que há aqui um problema que tem muito a ver com a sociedade em que vivemos. Com a falta de coragem para enfrentar

A FESTA DO FC PORTO NÃO MERECIA UM CRIME ASSIM

certos problemas de frente. Com a falta de meios da polícia, que tem tanto crime a combater, que se vê demasiadas vezes perdida em teias que nada interessam a quem deseja um ar mais limpo.

A morte é sempre horrível. Esta foi brutal e sanguinári­a. E ainda assusta mais porque sabemos que poderia ser o nosso filho que estava ali ao lado, inocente da vida, e ainda acabava por pagar o justo pelo pecador. Portugal tem um grande problema de credibilid­ade no que chamamos o desporto-rei. Assim como falta gente nas bancadas. E atos hediondos como este só aumentam um clima que mais não faz do que conspurcar ainda mais o futebol. Que aqueles que ocupam cargos de responsabi­lidade saibam estar à altura. Quero acreditar, mas duvido tanto…n

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