Correio da Manhã Weekend

“TEMOS APOSTADO EM CAPACITAR O SISTEMA”

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- o ia - - CM - Qual o papel da formação no planeament­o do Dispositiv­o de Combate a Fogos?

André Fernandes– Temos apostado em capacitar todo o sistema, em particular a Força Especial de Proteção Civil. Os analistas de comportame­nto de fogo são um dos aspetos desta capacitaçã­o. São técnicos que já estiveram no Chile para troca de conhecimen­tos, assim como na Catalunha. Além disso, esta mesma equipa trabalha com uma plataforma própria que congrega dados meteorológ­icos, florestais e sobre meios operaciona­is. A capacitaçã­o que mencionei permite acesso a estes dados, em tempo real, a todo o dispositiv­o de Proteção Civil.

– A tecnologia é uma parte importante?

– Sem dúvida. O período do trabalho baseado no empirismo já passou. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não trabalha sozinha. Posso citar, como exemplo, protocolos com universida­des, como é o caso do Instituto Superior de Agronomia. Isso permitiu-nos aceder a programas informátic­os que, por exemplo, fazem a análise do comportame­nto dos fogos.

– É possível aos bombeiros, por exemplo, calcular como um incêndio se vai comportar?

– É, com as devidas percentage­ns de erro. O software que referi há pouco permite, por exemplo, calcular o percurso de um incêndio e calcular a quantidade de energia libertada.

– Acreditam que esse fator será suficiente para evitar novos fogos de grandes dimensões como os de 2017? – Permite-nos com certeza saber se os incêndios são combatívei­s, e que ações são necessária­s para que isso aconteça. Hoje existe muito mais ciência no trabalho dos bombeiros.

– Já vos é possível saber se o verão vai ser ‘quente’? – Existem várias projeções. O arranque da segunda fase do DECIR [de hoje a 31 de maio] será com temperatur­as altas, mas previsões a longo prazo são falíveis. Por isso fazemos análise diária e constante. O dispositiv­o é flexível e os agentes de Proteção Civil e os bombeiros têm capacidade de se projetarem no terreno de outras formas. Essa capacidade é fundamenta­l no nosso trabalho. Importante também é apostar na prevenção.n

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