Portu… Galp
AGalp é um estado dentro do estado. Tem plenos poderes no país, sem respeito por ninguém. Anunciou o encerramento da refinaria de Matosinhos e o despedimento dos trabalhadores em vésperas do Natal. E até mesmo quando António Costa se insurgiu com esta atitude, os administradores da Galp fizeram orelhas moucas. Como se explica esta arrogância, este poder absoluto da Galp? Com a sua estratégia de contratação de políticos, a Galp é a empresa campeã na utilização de portas giratórias entre política e negócios.
Pelos órgãos sociais da Galp, em particular desde que a família Amorim domina a companhia, têm passado políticos de todos os quadrantes. Luís Todo-Bom, administrador, é membro destacado do PSD, da confiança de Rui Rio. Todo-Bom foi coarguido de Isaltino Morais, mas isso não o desconsidera, pois nestas áreas dos grandes negócios, cadastro parece ser currículo. Quem também teve problemas com a Justiça foi o administrador Carlos Costa Pina, acusado de corrupção no caso das PPP rodoviárias. Nada disso incomodou os donos da Galp, pois Costa Pina é um influente socialista, pertenceu ao governo de Sócrates e, ainda hoje, domina a fundação ligada ao PS, a Respublica, onde preside ao Conselho de Contas. Da área de influência de Cavaco Silva, veio Pedro Antunes de Almeida, consultor do ex-presidente, que acumulou esta função com a de membro dos órgãos sociais da Galp, onde ainda hoje permanece. Da política é também oriundo o administrador Diogo Tavares, que - depois de dirigir os organismos públicos ICEP, IAPMEI, Instituto do Turismo, IFADAP e Participações do Estado
- acabou na área de influência da família Amorim e, por essa via, na administração da Galp. Adolfo Mesquita Nunes, ex-governante centrista, no consulado de Passos Coelho, é administrador. É não executivo, tem apenas de comparecer a uma dezena de reuniões por ano; mas, assim mesmo, aufere um salário milionário, noventa mil euros por ano!
A lista de ex-governantes e ex-dirigentes da alta administração pública, que integram os órgãos sociais da Galp, é interminável. São, todos eles, políticos disfarçados de gestores. E porque são principescamente pagos? Porque podem, no seu círculo político, traficar influências a favor da Galp e da Família Amorim.n