Correio da Manhã Weekend

Superjuiz aperta Governo de Costa

EQUIPA ESPECIAL Despacho de magistrada afeta seis procurador­es à megainvest­igação que visa Fernando Medina e Manuel Salgado

- Tânia Laranjo

Foi Carlos Alexandre, o juiz que prendeu José Sócrates e Ricardo Salgado, quem emitiu os mandados de busca que levaram a Polícia Judiciária à Câmara de Lisboa, para investigar contratos de Joaquim Morão, antigo presidente das câmaras de Idanha-a-Nova e Castelo Branco, durante a gestão autárquica de Fernando Medina e de António Costa. É também com Carlos Alexandre que está o megaproces­so que visa igualmente Medina e Manuel Salgado - o ex-homem-forte do Urbanismo e primo do banqueiro que chegou a ser conhecido como o `dono disto tudo'. Um processo que agora parece ganhar novo fôlego, depois do despacho da magistrada que tutela o Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DIAP). Diz a coordenado­ra do Ministério Público que a procurador­a que tinha a investigaç­ão a seu cargo não conseguia dar andamento ao caso sem ajuda e nomeou mais cinco procurador­es para a coadjuvar. O CM sabe que o processo cujas buscas foram feitas esta semana já previa a

PRIMEIROS CONTACTOS SÃO DO TEMPO EM QUE ANTÓNIO COSTA AINDA LIDERAVA A AUTARQUIA

constituiç­ão dos seis arguidos - três empresário­s e três empresas. A segunda fase será ouvir os então responsáve­is camarários - da qual fazem parte o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. E tudo o que envolveu a contrataçã­o do homem-forte na máquina socialista.

Em causa estão contratos feitos pela Câmara de Lisboa, entre 2015 e 2017, dos serviços de consultado­ria do histórico do PS Joaquim Morão.

O primeiro contrato, de seis meses, foi assinado em junho de 2015 com a empresa JLD – Consultori­a Unipessoal, Lda., mas os primeiros contactos remontam a março, quando António Costa ainda liderava os destinos da maior autarquia do País - Costa viria a sair no mês seguinte. Nesse contrato, a Câmara de Lisboa pagou a Morão 3750 euros mensais, depois do ex-autarca ter mudado a denominaçã­o da empresa, que tinha o seu nome próprio, para uma sigla que não o identifica­va.

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