Indecências
Areconstruir a fita do tempo. Assim tem estado o ex-ministro das Infraestruturas e Habitação desde a sua demissão. Nessa reconstrução, descobriu que, afinal, sabia do valor de saída de Alexandra Reis da TAP e que o próprio dera autorização política para a indemnização milionária. A fita do tempo havia sido accionada porque a senhora presidente executivo da TAP disse no parlamento que recebera luz verdinha para o pagamento do meio milhão para os bolsos da engenheira Alexandra Reis e a afirmação terá servido de candeeiro para que a memória de Pedro Nuno Santos e da respectiva equipa, nomeadamente do ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Santos Mendes, ficasse mais nítida. Tanto esperto a fazer de parvo e estúpido e tanso tanta gente. A engenheira Christine Ourmières-Widener defendeu o lombo jurando que foram os advogados, a SRS Legal, liderada por Pedro Rebelo de Sousa, que trataram de tudo e que aconselharam tudo o que estava relacionada com o mar de dinheiro dado à então secretária do Tesouro e que ela,
“Fita do tempo, que fita. Tenham dó, já que não têm vergonha”
a CEO da transportadora aérea portuguesa, era apenas uma CEO. Vamos lá ver. Ela é quem manda, e quem manda, neste caso, é quem paga. Não pode escudar-se num aconselhamento jurídico. A última palavra é dela, não é da nossa tia. Não conseguiu dizer se Alexandra Reis foi despedida ou se se despediu. Os deputados também não souberam sacar-lhe esse nabo do púcaro. A engenheira Christine Ourmières-Widener insiste que o seu lugar não está ao estilo da gelatina. Razões que lhe parecem para ter supercola na cadeira: em 2025 chegar-lhe-á um prémio de gestão próximo da taluda. Lábios costurados para informar do valor. Evidente. E o respeito, por exemplo, pelos trabalhadores da TAP, corridos ao estilo vassoura? Vive onde? Na amiga Isabel Nicolau. Fita do tempo, dr. Pedro Nuno Santos, que fita. Tenham dó, já que não têm vergonha.