“Sempre pensei que ele ficasse preso por ter matado a minha filha”
“NÃO SEI COMO UM SER HUMANO AGUENTOU TANTO MASSACRE. A MINHA FILHA SOFREU”
A mãe de Tatiana Mestre, assassinada em agosto de 2018, em Quarteira, disse ontem ao CM que “havia muitas provas” para condenar António Mascarenhas. O homem, que chegou a ser condenado pelo crime, foi libertado pela Relação de Évora devido a um “embaraço” relativo às provas obtidas nas perícias. Antónia Pinela diz não acreditar que “o tribunal não encontre provas para o incriminar”.
“A minha filha foi à noite beber um café e não voltou. O companheiro dela ligou-me de manhã para ver se ela estava comigo, mas não estava. Eu disse-lhe que se passava alguma coisa, pois ela nunca fez isso”, adiantou.
A mãe de Tatiana revelou ao CM não ter visto o corpo da filha, mas disse saber que “foi encontrada com as mãos amarradas atrás das costas, com uma camisola na cabeça, amordaçada, asfixiada com um cordão de telefone”. “Não sei como um ser humano aguentou tanto massacre”, lamentou Antónia. “Ele pegou fogo à parte de cima do carro onde ela estava. Aquilo derreteu e caiu em cima da minha filha. Ela sofreu”, concluiu, emocionada.
“Sempre pensei que ele ficasse preso. Qual o meu espanto por ele ter sido libertado, tendo feito o que fez à minha filha”, referiu, adiantando não saber se Tatiana conhecia o homicida. E frisou que, “se ele queria sexo, não precisava de a matar, nem às outras [referindo-se a Sandra e Josiele]”. Antónia disse ainda ao CM que “até agora nunca tinha pensado que ele estivesse relacionado com estas duas mortes”.
Neste momento, a mãe de Tatiana apenas quer António “julgado e que pague pelos crimes, se os cometeu. E que veja o que me fez e aos filhos dela, que sofreram e continuam a sofrer”.