Desgaste de Roger Schmidt à espera de novos sinais
PEditor de Desporto erder é sempre perder. A derrota do Benfica no Estádio da Luz frente à Real Sociedad, que transforma o caminho para os oitavos de final da Liga dos Campeões numa íngreme escalada ao Everest, seria má em qualquer contexto. Poderíamos contudo tentar vasculhar nas profundezas deste desaire um paliativo moral, um detalhe positivo, um raiozinho de sol a perfurar um céu carregado. Algo do género do que aconteceu na derrota do Sp. Braga com o Real Madrid, à mesma hora. Nada encontraríamos. O que aconteceu na tempestuosa noite da passada terça-feira, em Lisboa, mais faz parecer que esta foi uma derrota por falta de comparência. Os jogadores do Benfica estiveram em campo, a equipa não.
É isto que intriga. A equipa do Benfica, na qual estrelas firmadas e talentos precoces não faltam, tem mostrado nesta época demasiados momentos de obscurecimento. Até chegar ao ponto zero que foi o eclipse total no jogo com o `tiki-taka' basco. Os dedos acusadores dos adeptos, e até mãos com lencinhos brancos, viram-se agora, inevitavelmente, na direção do treinador. Roger Schmidt, que já parece ter entrado em processo de desgaste, perdeu os últimos resquícios do estado de graça em que
QUANDO RUI COSTA VOLTAR A FAZER CARETAS, O CALDO ESTÁ ENTORNADO
viveu na anterior temporada. Diz-se por aí que perdeu também o balneário.
O passo seguinte, nesta escalada, é perder a confiança do presidente. Quando voltarmos a ver Rui Costa fazer cara de caso como aconteceu após o jogo com o Estoril, há três semanas (e que o Benfica até ganhou), está dado o sinal de que o caldo está entornado.