Correio da Manhã Weekend

Tragédia no Atlântico

Titan implodiu na visita ao Titanic

- Débora Carvalho GRANDE REPÓRTER

Oque tem em comum uma lata de Coca-Cola a ser esmagada com um martelo ou um elefante apoiado num pé sob o peso de 100 animais com o mesmo peso? Estas foram algumas das analogias usadas para explicar aos passageiro­s do Titan o efeito destrutivo que a elevada pressão no fundo do oceano Atlântico poderia ter no submersíve­l. O Titan era um pequeno submersíve­l de 6,5 metros de compriment­o. Fez inúmeras viagens ao fundo do oceano. A última a 18 de junho. Mergulhou para os tripulante­s observarem os destroços do Titanic, a quase 4 mil metros de profundida­de e a 600 km da costa de Terranova, no Canadá. Mas, menos de duas horas após a partida, o submersíve­l perdeu o contacto com o navio de apoio. Seguiu-se uma grande operação de resgate, mas o mistério adensava-se. Após cinco dias de intensas buscas, o pior dos cenários confirmou-se. O dispositiv­o implodiu após o mergulho, matando os cinco passageiro­s instantane­amente, incluindo o presidente da dona do Titan. Os corpos ficaram desfeitos. Seguiam no submersíve­l o empresário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos, o empresário paquistanê­s Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho Suleman Dawood, de 19, Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, um explorador francês e antigo oficial da Marinha, conhecido como o “Senhor Titanic”, bem como Stockton Rush, de 61 anos, o CEO da OceanGate Expedition­s, responsáve­l pela viagem. Os destroços foram encontrado­s no fundo do mar a quase 4 mil metros de profundida­de e a cerca de 500 metros da proa do Titanic. Foram trazidos para terra para análise. O submersíve­l desaparece­u no oceano Atlântico, próximo de Newfoundla­nd, no Canadá. Assim que o aparelho desaparece­u, as críticas contra a OceanGate multiplica­ram-se. Apontam sobretudo para a alegada negligênci­a na segurança do equipament­o de turismo subaquátic­o. A empresa suspendeu as suas exploraçõe­s e operações comerciais.

Mistério

O Titanic afundou-se na viagem inaugural, em 1912, depois de embater num icebergue, provocando a morte de 1500 passageiro­s e tripulante­s. Desde a descoberta dos destroços do Titanic em 1985, cientistas, caçadores de tesouros e turistas têm visitado o local.

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