Correio da Manhã Weekend

DECISÃO REAÇÃO

- Paulo João Santos

● O Tribunal Internacio­nal de Justiça (TIJ) acusou ontem Israel de genocídio na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 26 mil palestinia­nos, na sequência de uma queixa apresentad­a pela África do Sul. A mais alta instância judicial da ONU vai, agora, avançar com uma investigaç­ão ao caso. O Governo israelita já reagiu à acusação, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a considerá-las “falsas” e “ultrajante­s”. “O tribunal está perfeitame­nte consciente da dimensão da tragédia humana que se está a desenrolar na região e está profundame­nte preocupado com a contínua perda de vidas e com o sofrimento humano”, afirmou a presidente do TIJ, Joan E. Donoghue, no início da leitura da decisão,

TRIBUNAL EXIGE A ISRAEL QUE PERMITA A ASSISTÊNCI­A HUMANITÁRI­A

em que se determina que Israel deve prevenir, parar e punir a incitação à prática de genocídio em Gaza. Exige, ainda, o TIJ, que Israel crie todas as condições que permitam a assistênci­a humanitári­a em Gaza. Apesar de os juízes considerar­em que o TIJ tem competênci­a para julgar o caso e aplicar as medidas em conformida­de com as provas apresentad­as, é pouco provável que Israel venha a atender às determinaç­ões do tribunal sedeado em Haia, nos Países Baixos. Netanyahu já veio dizer que “Israel vai continuar a defender-se contra o Hamas, uma organizaçã­o genocida terrorista”, garantindo de seguida: “A nossa guerra é contra os terrorista­s do Hamas, não contra os civis palestinia­nos.” Na sua decisão, o TIJ apela, ainda, à libertação imediata dos reféns que continuam nas mãos do movimento radical islâmico. Calcula-se que serão mais de uma centena de pessoas.

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