DECISÃO REAÇÃO
⬩
● O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) acusou ontem Israel de genocídio na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 26 mil palestinianos, na sequência de uma queixa apresentada pela África do Sul. A mais alta instância judicial da ONU vai, agora, avançar com uma investigação ao caso. O Governo israelita já reagiu à acusação, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a considerá-las “falsas” e “ultrajantes”. “O tribunal está perfeitamente consciente da dimensão da tragédia humana que se está a desenrolar na região e está profundamente preocupado com a contínua perda de vidas e com o sofrimento humano”, afirmou a presidente do TIJ, Joan E. Donoghue, no início da leitura da decisão,
TRIBUNAL EXIGE A ISRAEL QUE PERMITA A ASSISTÊNCIA HUMANITÁRIA
em que se determina que Israel deve prevenir, parar e punir a incitação à prática de genocídio em Gaza. Exige, ainda, o TIJ, que Israel crie todas as condições que permitam a assistência humanitária em Gaza. Apesar de os juízes considerarem que o TIJ tem competência para julgar o caso e aplicar as medidas em conformidade com as provas apresentadas, é pouco provável que Israel venha a atender às determinações do tribunal sedeado em Haia, nos Países Baixos. Netanyahu já veio dizer que “Israel vai continuar a defender-se contra o Hamas, uma organização genocida terrorista”, garantindo de seguida: “A nossa guerra é contra os terroristas do Hamas, não contra os civis palestinianos.” Na sua decisão, o TIJ apela, ainda, à libertação imediata dos reféns que continuam nas mãos do movimento radical islâmico. Calcula-se que serão mais de uma centena de pessoas.