Correio da Manhã Weekend

Mil palavras Esperança na Justiça

- Octávio Ribeiro Jornalista e administra­dor

Adesbragad­a relativida­de ética dos grandes partidos é a maior aliada de André Ventura. No dia em que a mais espetacula­r operação da Justiça aterrou na Madeira, Miguel Albuquerqu­e ocultou aos cidadãos a sua constituiç­ão de arguido e Luís Montenegro foi pífio na reação ao escândalo.

No dia seguinte, a `Sábado' revelou as más práticas de um deputado eleito pelo PSD. Maló de Abreu declarou uma morada em Angola, para multiplica­r os subsídios a que teria direito. Com este golpe, segundo o CM, Maló de Abreu obteve uma vantagem de 75 mil euros. O líder do Chega retirou de imediato o ex-PSD das suas listas de candidatos. Ventura rentabiliz­a a tibieza com que a política trata os indícios fortes de crime económico na classe.

Num ápice, de novembro em diante, todos os governos de Portugal entraram em crise. Dois (Nacional e Madeira) envoltos em escândalos de corrupção; o dos Açores tombado no chumbo do orçamento por ação do Chega. É apenas uma impressão ou estamos a aproximar-nos perigosame­nte da convulsão italiana das últimas largas décadas? Lá, a economia resiste com estoicismo à queda sucessiva dos governos, ao ponto de se falar de um regime de direções-gerais, as entidades que mantêm os Estado à tona, entre quedas e posses dos efémeros governos.

Para nova esperança na justiça, contribuiu também a decisão da Relação de Lisboa, que recuperou a acusação dos crimes de corrupção que impendem sobre Sócrates. Voltou a esperança num julgamento deste apodrecido regime.

Estamos a aproximar-nos perigosame­nte da convulsão italiana das últimas largas décadas?

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