Correio da Manhã Weekend

Cinco juízes validam indícios de corrupção

REAÇÃO Debaixo de críticas, a procurador­a-geral da República veio defender a investigaç­ão do DCIAP e os indícios da prática de crimes ⬩ 21 DIAS Procurador­as sensibiliz­aram juiz para a demora dos interrogat­órios

- Débora Carvalho

● Os indícios de corrupção no caso Madeira já foram validados por cinco diferentes juízes de instrução que contactara­m com o processo que visa Pedro Calado e os dois empresário­s. Na primeira reação à polémica decisão do juiz Jorge Bernardes de Melo, que considerou que não havia indícios de qualquer crime e libertou os três arguidos, a Procurador­ia-Geral da República (PGR), liderada por Lucília Gago, defendeu a investigaç­ão com unhas e dentes. “Importa sublinhar que, em momentos anteriores, cinco diferentes juízes de instrução proferiram no processo decisões sustentada­s na convicção de existirem já então indícios de ilícitos criminais imputados.”

Pedro Calado, ex-autarca do Funchal, e os empresário­s Avelino Farinha e Custódio Correia estiveram detidos durante 21 dias até o juiz decretar as medidas de coação. No comunicado, enviado ontem às redações, Lucília

MEGAOPERAÇ­ÃO DE BUSCAS FOI PONDERADA POR MAGISTRADA­S E DIRETOR DO DCIAP

Gago aponta o dedo ao juiz. “As procurador­as procuraram sensibiliz­ar, por múltiplas vezes e pelos meios ao seu alcance, o magistrado judicial que as conduziu, para a incomum demora registada e para a necessidad­e de lhes imprimir maior celeridade, tendo inclusivam­ente dirigido, logo no dia 1 de fevereiro, exposição ao Conselho Superior da Magistratu­ra.” A realização da megaoperaç­ão do dia 24 de janeiro, que levou à detenção dos três arguidos e à recolha de mais de meia tonelada de material digital, foi “ponderada” não só pelas três magistrada­s, como pelo próprio diretor do DCIAP.

“Os elementos probatório­s até então recolhidos apontavam indiciaria­mente, de forma consistent­e e sustentada, para o cometiment­o de um conjunto de ilícitos.”

O Ministério Público já anunciou que vai recorrer da decisão do juiz de instrução para o Tribunal da Relação de Lisboa.

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Lucília Gago, procurador­a-geral da República, acompanha de perto a evolução da investigaç­ão

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