Correio da Manhã Weekend

Mil palavras O pão e o circo

- Octávio Ribeiro Jornalista e administra­dor

Montenegro só poderá aspirar a deixar obra para a próxima geração se vencer as próximas eleições

Há uma máxima que Costa lançou nos últimos estertores da geringonça, que Luís Montenegro também será tentado a usar: a intenção de governar para as próximas gerações e não para as próximas eleições. Mas, antes, terá de conquistar o coração do Povo. Na liderança de um Governo com diminuto apoio parlamenta­r, entalado entre a espada do Chega e a parede do PS, Montenegro só poderá aspirar a deixar obra para a próxima geração se vencer as próximas eleições. Ninguém sabe quando serão, mas todos sentimos próximas. Este é um Governo de ciclo curto.

Para no futuro ter a ousadia de lançar reformas profundas, Montenegro terá de satisfazer clientelas exigentes. Médicos do SNS, professore­s e polícias – por reflexo, dará mais tranquilid­ade a todos os cidadãos. Sem igual popularida­de, mas com soberana relevância, a seguir às forças de segurança, logo virão os militares. Na senda dos professore­s, os restantes servidores públicos.

Satisfeita­s as necessidad­es destas classes, pouco restará nos cofres cheios pelo garrote dos ministros das Finanças de Costa. Com frieza e rigor, surfaram a onda das cativações e da inflação, para morrer na praia da `Operação Influencer'. Medina preparava exercícios orçamentai­s expansioni­stas quando tombou pela gula de péssimos amigos do seu primeiro-ministro.

É na generosa distribuiç­ão de pão pelo Povo, deixando o circo para um folclórico Parlamento, que Montenegro poderá atingir a sua maioria absoluta. Assim tenha engenho para tanto, sem destruir a viabilidad­e financeira do País.

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