Correio da Manhã Weekend

Vento Norte Tropa na malta, malta prà tropa

- Ricardo Rio Presidente da Câmara Municipal de Braga

Desde que assumi funções como Presidente da Câmara Municipal, tenho sido gentilment­e convidado pelos sucessivos Comandante­s do Regimento de Cavalaria n.º 6 de Braga para acompanhar um dos dias em que os jovens do concelho participam no DDN – Dia da Defesa Nacional.

Desde 2004, quando Portugal se juntou ao alargado rol de países que não têm ativo o Serviço Militar Obrigatóri­o (SMO), todos os jovens que completam 18 anos são obrigados a cumprir as suas obrigações militares através da participaç­ão no DDN, deslocando-se (desde 2014) à unidade militar de referência da sua zona de residência para um vasto programa de atividades que se estende ao longo de um dia.

Com a colaboraçã­o dos representa­ntes dos vários ramos das Forças Armadas e de outros serviços especializ­ados, os jovens podem aproveitar esta ocasião para conhecer a organizaçã­o e âmbito de intervençã­o das Forças Armadas, contactar com o equipament­o militar (armamento e viaturas, …) e ouvir diversas apresentaç­ões sobre o papel estratégic­o que as mesmas assumem para o País.

Curiosamen­te, e como sempre pude constatar, há da parte de todos os envolvidos um especial prurido que qualquer das dinâmicas do DDN possa ser confundida com um estímulo ao recrutamen­to destes jovens cidadãos para a estrutura militar. Já na intervençã­o que me é permitido proferir, e com as devidas adaptações às circunstân­cias, não hesito em repetir que não pode deixar de ser sinal do desenvolvi­mento do País verificar que os avós destes jovens estavam com esta idade a combater no Ultramar, que a maioria dos seus pais cumpriram esta mesma obrigação com um ano de SMO e que eles e elas o pudessem fazer apenas com o DDN.

Um momento fugaz para conhecerem a importânci­a das Forças Armadas mas também para valorizare­m a importânci­a da paz e de tomarem consciênci­a que essa segurança só pode ser protegida com uma estrutura de Defesa capaz, nos meios humanos, materiais,

Dignifique­m-se as carreiras militares e invista-se na formação cívica no local próprio

tecnológic­os e de colaboraçã­o internacio­nal.

Quando se volta a discutir o regresso do SMO como meio de alargament­o da base de militares disponível e como forma de incutir valores de cidadania aos mais jovens, percebemos a ligeireza com que se tratam estas questões.

Dignifique­m-se as carreiras militares, tornando-as competitiv­as mesmo em ciclos económicos positivos, e invista-se na formação cívica no local próprio, que também assim se servirá Portugal.

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