Vento Norte Tropa na malta, malta prà tropa
Desde que assumi funções como Presidente da Câmara Municipal, tenho sido gentilmente convidado pelos sucessivos Comandantes do Regimento de Cavalaria n.º 6 de Braga para acompanhar um dos dias em que os jovens do concelho participam no DDN – Dia da Defesa Nacional.
Desde 2004, quando Portugal se juntou ao alargado rol de países que não têm ativo o Serviço Militar Obrigatório (SMO), todos os jovens que completam 18 anos são obrigados a cumprir as suas obrigações militares através da participação no DDN, deslocando-se (desde 2014) à unidade militar de referência da sua zona de residência para um vasto programa de atividades que se estende ao longo de um dia.
Com a colaboração dos representantes dos vários ramos das Forças Armadas e de outros serviços especializados, os jovens podem aproveitar esta ocasião para conhecer a organização e âmbito de intervenção das Forças Armadas, contactar com o equipamento militar (armamento e viaturas, …) e ouvir diversas apresentações sobre o papel estratégico que as mesmas assumem para o País.
Curiosamente, e como sempre pude constatar, há da parte de todos os envolvidos um especial prurido que qualquer das dinâmicas do DDN possa ser confundida com um estímulo ao recrutamento destes jovens cidadãos para a estrutura militar. Já na intervenção que me é permitido proferir, e com as devidas adaptações às circunstâncias, não hesito em repetir que não pode deixar de ser sinal do desenvolvimento do País verificar que os avós destes jovens estavam com esta idade a combater no Ultramar, que a maioria dos seus pais cumpriram esta mesma obrigação com um ano de SMO e que eles e elas o pudessem fazer apenas com o DDN.
Um momento fugaz para conhecerem a importância das Forças Armadas mas também para valorizarem a importância da paz e de tomarem consciência que essa segurança só pode ser protegida com uma estrutura de Defesa capaz, nos meios humanos, materiais,
Dignifiquem-se as carreiras militares e invista-se na formação cívica no local próprio
tecnológicos e de colaboração internacional.
Quando se volta a discutir o regresso do SMO como meio de alargamento da base de militares disponível e como forma de incutir valores de cidadania aos mais jovens, percebemos a ligeireza com que se tratam estas questões.
Dignifiquem-se as carreiras militares, tornando-as competitivas mesmo em ciclos económicos positivos, e invista-se na formação cívica no local próprio, que também assim se servirá Portugal.