Correio da Manhã Weekend

Votar em qualquer parte

- Filipa Novais

É a grande novidade das eleições europeias deste ano, a possibilid­ade de exercer o direito de voto em qualquer zona do País e sem pedido prévio. Uma forma de atrair os portuguese­s às urnas. Mas há outros argumentos, como a necessidad­e de defender o espaço europeu, cada vez mais ameaçado

As eleições para o Parlamento Europeu acontecem a 9 de junho em Portugal e, pela primeira vez, os eleitores poderão votar em qualquer zona do País sem pedido prévio. Já os portuguese­s residentes em países da UE podem votar presencial­mente nas representa­ções diplomátic­as, nos dias 8 e 9 de junho.

Apesar de sucessivos Eurobaróme­tros colocarem a afeição dos portuguese­s à Europa nos valores mais altos dos Estados-membros, a afluência às urnas tem-se mantido abaixo da média europeia. Em 2019, Portugal atingiu a taxa de abstenção recorde de 68,6%, e contrariou a tendência europeia de diminuição.

Este ano, o Parlamento Europeu está empenhado em atrair os eleitores às urnas e acredita que algumas das crises que marcaram a atualidade nos últimos anos podem fazer com que a abstenção diminua. “Só nesta legislatur­a houve a Covid-19, a guerra na Ucrânia, que levantou questões sobre a defesa europeia, e ainda a importânci­a das eleições nos EUA, porque um dos candidatos não é grande adepto da NATO”, diz Pedro Valente, chefe de gabinete do PE em Lisboa. Além da defesa, também o aumento dos extremismo­s preocupa os eurodeputa­dos. “Os extremismo­s têm vindo a crescer. É provável que haja um aumento de voto nestas forças, mas não é certo que se consigam entender. É um desafio, mas temos esperança que haja um aumento de votação nos partidos que são mais pró-europeus”, concluiu.

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O cresciment­o dos extremismo­s está a deixar preocupado­s os eurodeputa­dos pró-europeus

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