Votar em qualquer parte
É a grande novidade das eleições europeias deste ano, a possibilidade de exercer o direito de voto em qualquer zona do País e sem pedido prévio. Uma forma de atrair os portugueses às urnas. Mas há outros argumentos, como a necessidade de defender o espaço europeu, cada vez mais ameaçado
As eleições para o Parlamento Europeu acontecem a 9 de junho em Portugal e, pela primeira vez, os eleitores poderão votar em qualquer zona do País sem pedido prévio. Já os portugueses residentes em países da UE podem votar presencialmente nas representações diplomáticas, nos dias 8 e 9 de junho.
Apesar de sucessivos Eurobarómetros colocarem a afeição dos portugueses à Europa nos valores mais altos dos Estados-membros, a afluência às urnas tem-se mantido abaixo da média europeia. Em 2019, Portugal atingiu a taxa de abstenção recorde de 68,6%, e contrariou a tendência europeia de diminuição.
Este ano, o Parlamento Europeu está empenhado em atrair os eleitores às urnas e acredita que algumas das crises que marcaram a atualidade nos últimos anos podem fazer com que a abstenção diminua. “Só nesta legislatura houve a Covid-19, a guerra na Ucrânia, que levantou questões sobre a defesa europeia, e ainda a importância das eleições nos EUA, porque um dos candidatos não é grande adepto da NATO”, diz Pedro Valente, chefe de gabinete do PE em Lisboa. Além da defesa, também o aumento dos extremismos preocupa os eurodeputados. “Os extremismos têm vindo a crescer. É provável que haja um aumento de voto nestas forças, mas não é certo que se consigam entender. É um desafio, mas temos esperança que haja um aumento de votação nos partidos que são mais pró-europeus”, concluiu.