Correio da Manha

Aumentos para todos?

- MASSA CRÍTICA André Veríssimo

Foi durante muito tempo um tabu, mas depois do descongela­mento das progressõe­s este ano, é já certo que no próximo regressam os aumentos salariais da Função Pública. O facto de haver eleições legislativ­as em 2019 aguça a vontade, mas esse aumento teria de acabar por acontecer. Tal como nas empresas, também na Função Pública tem de existir uma política de recursos humanos motivadora para quem nela trabalha, e o salário é uma ferramenta essencial dessa política.

Esse fim deve ser atingido com progressõe­s com base no desempenho e não pelo tempo de serviço, como subsiste em algumas carrei-

O AUMENTO DEVE SER PARA TODOS OU SÓ PARA OS QUE MENOS

GANHAM?

ras, caso dos professore­s. O tempo de serviço é cego, logo injusto – não é critério.

A questão, face à necessária economia de recursos que as restrições orçamentai­s e de Bruxelas impõem, é se o aumento deve ser para todos, como querem PCP, Bloco e sindicatos, ou só para os que menos ganham, como defende o primeiro-ministro.

Tendo em conta que os funcionári­os públicos não são aumentados há 9 anos, perdendo desde então poder de compra, seria justo que os 50 milhões que o Governo diz ter para este fim fossem para os vencimento­s mais baixos. Estranha-se que PCP e Bloco não o defendam também. Ou não. Afinal há eleições em 2019.

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