Aumentos para todos?
Foi durante muito tempo um tabu, mas depois do descongelamento das progressões este ano, é já certo que no próximo regressam os aumentos salariais da Função Pública. O facto de haver eleições legislativas em 2019 aguça a vontade, mas esse aumento teria de acabar por acontecer. Tal como nas empresas, também na Função Pública tem de existir uma política de recursos humanos motivadora para quem nela trabalha, e o salário é uma ferramenta essencial dessa política.
Esse fim deve ser atingido com progressões com base no desempenho e não pelo tempo de serviço, como subsiste em algumas carrei-
O AUMENTO DEVE SER PARA TODOS OU SÓ PARA OS QUE MENOS
GANHAM?
ras, caso dos professores. O tempo de serviço é cego, logo injusto – não é critério.
A questão, face à necessária economia de recursos que as restrições orçamentais e de Bruxelas impõem, é se o aumento deve ser para todos, como querem PCP, Bloco e sindicatos, ou só para os que menos ganham, como defende o primeiro-ministro.
Tendo em conta que os funcionários públicos não são aumentados há 9 anos, perdendo desde então poder de compra, seria justo que os 50 milhões que o Governo diz ter para este fim fossem para os vencimentos mais baixos. Estranha-se que PCP e Bloco não o defendam também. Ou não. Afinal há eleições em 2019.