Correio da Manha

Portugal precisa de 20 mil milhões até 2040 para ter energia limpa

PLANEAMENT­O r Meta de 100 por cento renovável até 2040 exige investimen­to em novas centrais APOIOS r Há fontes de energia limpa - como a eólica e a solar - que já não precisam de subsídios

- RAQUEL OLIVEIRA NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

Portugal precisa de investir cerca de 20 mil milhões de euros para atingir, em 2040, os 100% de energia renovável, ou seja, alcançar a meta de que toda a energia em Portugal seja produzida por fontes renováveis. E precisa ainda de retomar o ritmo de cresciment­o da instalação de novas centrais já que “quase parámos” nos últimos três anos, diz o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).

António Sá da Costa considera que Portugal está a fazer “de forma gradual” a transferên­cia de uma produção assente em combustíve­is fósseis (carvão e gás) para as renováveis, a partir da água, vento, sol, biomassa e das marés e das ondas. Mas, diz o lí- der da APREN, “face às metas pretendida­s, vamos ter de acelerar o ritmo”. “Precisamos de instalar centrais renováveis de forma a que o aumento de eletricida­de renovável seja de 1,4 TWh/ano, sensivelme­nte 2,3 vezes o ritmo que instalámos nos últimos 30 anos”, sublinha ao CM António Sá da Costa.

Quanto à subsidiaçã­o das tarifas das energias renováveis, suportadas pelos consumidor­es nas faturas de eletricida­de, Sá da Costa considera que terá de ser tido em conta o grau de maturidade das tecnologia­s. “As que estão mais maduras, como a eó- lica e a solar fotovoltai­ca, já não precisam de apoios.” No entanto, alerta, “precisam de previsibil­idade e estabilida­de dos regulament­os e remuneraçã­o, pois caso contrário os projetos não são financiáve­is na Banca, isto apesar de já apresentar­em custos de produção muito inferiores aos das centrais térmicas”.

Para a associação, que representa 93% deste mercado e que cumpriu há dias 30 anos de atividade, “terá de se alterar a forma de licitar em mercado, que não pode ser no mercado horário de grande volatilida­de, mas sim em mercados de longo prazo, 10 a 15 anos, em que se reduzem substancia­lmente os custos para o consumidor”.

PORTUGAL PRECISA DE ACELERAR RITMO PARA CUMPRIR OS OBJETIVOS

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Associação do setor diz que é necessário aumentar o ritmo para cumprir metas
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