“METAM A TAÇA NO CU”
AMEAÇAS r A 13 de maio, dia da derrota na Madeira, o presidente garantia que não haveria festa INSULTOS r André Geraldes estava de costas voltadas com o dirigente quando soube da ‘visita’
Mensagem de Bruno para Geraldes na semana
da final do Jamor
As mensagens enviadas por Bruno de Carvalho a André Geraldes, a 13 de maio - após o jogo da Madeira, na semana da taça e dois dias antes do ataque de Alcochete - mostram o ambiente de intimidação que se vivia em Alvalade. O então presidente, que não tinha ido ver o jogo em que se disputava o segundo lugar, não escondia a irritação e culpava Patrício pela derrota. O guardião tinha sofrido um golo ao cair do pano e afastado a hipótese dos verdes-e-brancos discutirem o acesso à Liga dos Campeões.
“A p... que vos pariu a todos. Esse Rui é o rei! Vão-se f...”, es- creveu Bruno numa mensagem enviada ao seu então diretor-geral. André Geraldes não respondeu e Bruno continuou: “Sobre a Taça não irei e não existirá qualquer comemoração do Sporting. Foi anulado auto- carros, festa na Câmara Municipal de Lisboa. Nada.”
O tom de irritação não acabava. Bruno escrevia “Metam a Taça no cu”, num acesso de descontrolo que foi depois repetido em mensagens enviadas a Jorge Jesus e Marta Soares.
A troca de mensagens cruza-se com o processo das agressões na Academia, porque no mesmo dia os jogadores foram verbalmente atacados no aeroporto. O presidente mantinha assim os ânimos exaltados e os atletas tornavam-se um alvo dos adeptos mais radicais.
A detenção de Bruno Jacinto, ex-funcionário do Sporting, também levanta a hipótese de haver outros responsáveis no clube. Bruno Jacinto disse aliás que tinha avisado Geraldes para a ‘visita’ das claques, mas à data a tensão entre o presidente e o diretor-geral era evidente.
DETENÇÃO DE BRUNO JACINTO PODE ABRIR A PORTA A MAIS PRISÕES