Testemunho
Completa-se hoje o primeiro ano do meu segundo mandato na governação do Município de Viseu. 5 anos, portanto. Assinalo o facto para dar o meu testemunho de ator e observador da vida do país, a partir da maior cidade do Interior.
Os últimos anos foram marcados por continuidades perversas e por transições positivas e esperançosas. Continuidades na incapacidade de reformar o Estado e de o descentralizar e desconcentrar. O investimento do Estado é historicamente baixo e a sua presença cada vez mais assimétrica, com prejuízo do Interior e das regiões fora do eixo litoral. As medidas eleitoralistas dos passes dos transportes públicos de Porto e Lisboa no próximo Orçamento do Estado são a sua enésima demonstração. Imediatamente antes assistimos à centralização de fundos comunitários nos metropolitanos e na linha de Cascais. Já a estrada da morte que é o IP3 continua a esperar. A orientação do investimento direto estrangeiro continua também em plano inclinado…
As transições positivas têm estado – se quisermos ser justos – do lado das empresas e das autarquias locais. As PME, em particular, têm o grande mérito do crescimento económico e do emprego. Souberam interpretar a necessidade de reorientação para a inovação, a qualidade e os mercados externos. Já os municípios, na sua grande maioria, substituíram-se à inércia do Estado Central, desenvolvendo políticas sociais, educativas, culturais, desportivas e de atração de empresas. Sem desinvestir nas infraestruturas (só em Viseu foram executadas mais de 1000 obras, em mais de 100 milhões de investimento), souberam chegar mais próximo dos cidadãos, das famílias e das empresas. Voltarei ao tema.
Faço um parêntesis para destacar o papel que o Correio da Manhã assumiu neste período na descentralização da informação e da opinião no país. Portugal não é, nem pode ser Lisboa e o resto paisagem.
PORTUGAL
NÃO É, NEM
PODE SER LISBOA E O RESTO PAISAGEM