Correio da Manha

Pescadores recusam depósitos de entulho

SETÚBAL r Dragagens na foz do Sado podem colocar em risco a zona onde se apanha sardinha, choco, salmonete e carapau TRIBUNAIS r Movimento entrego providênci­a cautelar contra o projeto

- SOFIA GARCIA

Convictos de que não conseguirã­o impedir a obra de ampliação dos canais do porto de Setúbal, que inclui a dragagem de mais de seis milhões de metros cúbicos de areia do rio Sado, as organizaçõ­es representa­ntes da comunidade piscatória de Setúbal estão empenhadas em impedir o depósito do entulho dragado na zona conhecida como restinga.

“O que interessa agora é anular o depósito das lamas areno-

MOVIMENTO SOS SADO É RECEBIDO AMANHÃ NO PARLAMENTO

sas na zona A, zona de maternidad­e, de pesqueiros onde se apanha sardinha, choco, salmonete, carapau, entre outras espécies muito importante­s”, explica Ricardo Santos, da Cooperativ­a de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines. “Tendo em conta que não conseguimo­s anular estas dragagens, a questão agora é concentrar­mos o esforço em atenuar os prejuízos que este tipo de obra causa”, diz Carlos Pratas, da Bivalmar.

De acordo com aqueles representa­ntes da pesca local, que falaram ontem em conferênci­a de imprensa, a Administra­ção dos Portos de Setúbal e Sesimbra demonstrou abertura para ponderar a alteração do local de despejo das areias para a zona a sul da barra da Cana, a uma profundida­de maior.

Apesar da decisão de não tentarem impedir as dragagens, os representa­ntes da comunidade piscatória de Setúbal garantem estar solidários com os movimentos de cidadãos que exigem o fim das escavações no rio Sado.

Na luta contra a obra está o movimento SOS Sado, que entregou ontem no Tribunal Administra­tivo e Fiscal de Almada uma providênci­a cautelar contra o projeto. O mesmo grupo vai ser recebido amanhã pelos deputados, na Assembleia da República.

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Carlos Pratas (à direita), da Bivalmar, considera que a prioridade agora passa por atenuar os prejuízos da obra

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