ORÇAMENTO ESQUECE ALOJAMENTO ALOJAMENTO
NOVO r Estudantes e instituições lamentam que Orçamento não contemple um dos principais problemas do setor TARDIO r Plano apresentado em maio prevê mais 1500 camas em residências mas ainda é preciso requalificar edifícios
Aproposta de Orçamento do Estado de 2019 para o Ensino Superior não contempla qualquer verba para resolver aquele que é hoje um dos maiores problemas dos estudantes: o alojamento.
“Não há um único cêntimo cabimentado para o problema do alojamento estudantil. A situação é crítica, no Porto já há quartos a 450 euros, e o Governo não prevê qualquer verba para aumentar a oferta em residências universitárias”, disse ao CM João Videira, presidente da Federação Académica do Porto. Hoje, existem apenas quase 14 mil camas em residên- cias para 120 mil estudantes deslocados, revelou um estudo do Governo que apontava a necessidade de mais 13 a 18 mil camas. Em Lisboa já se arrendam quartos a mais de 600 euros.
O Plano Nacional de Alojamento do Ensino Superior, apresentado em maio pelo Governo, prevê mais 1500 camas através de protocolos das instituições de ensino superior com privados para a requalificação de edifícios. Mas o problema é imediato e exige respostas rápi- das. “O plano de alojamento só terá efeitos daqui a dois ou três anos, quando esta é uma questão relevantíssima, que obriga a soluções não tradicionais”, disse ao CM Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superio- res Politécnicos, sugerindo uma “maior concertação entre instituições de ensino superior e autarquias para intervenção no mercado imobiliário”.
Já João Videira sugere que “era mais importante investir os 50 milhões de euros que se cortou nas propinas em residências universitárias”. “Não são menos 20 euros por mês que vão resolver o problema de quem paga mais de 400 euros de renda”, acrescenta.
As dotações para as instituições de ensino superior sobem 2%, para 1104 milhões de euros. “Cumpriu-se o compromisso de não haver cativações, mas a dotação é insuficiente para fazer face a alterações à lei, em especial promoções devido à norma transitória e vinculações pelo Prevpap”, disse Pedro Dominguinhos.
RENDA POR UM QUARTO JÁ CHEGOU AOS 600 EUROS EM LISBOA E 450 NO PORTO PAÍS PRECISA DE MAIS 13 MIL A 18 MIL CAMAS EM RESIDÊNCIAS ESTUDANTIS