Correio da Manha

FAMÍLIA VENDE CRIANÇAS A IDOSOS

CRIMES r Mãe, padrasto e avô de menor participar­am num negócio que tinha idosos como clientes JULGAMENTO r Processo com seis arguidos condenados a penas entre 12 e 2 anos e meio de prisão

- JOÃO NUNO PEPINO

Duas raparigas menores, na altura dos crimes com 13 e 15 anos, foram vítimas de uma rede que as prostituía – nomeadamen­te familiares. No caso da mãe de uma delas, foi ontem condenada pelo Tribunal de Santarém, a dois anos e meio de prisão por fechar os olhos a uma situação de abusos sexuais que envolveu a filha. Foi a única das condenadas a mostrar arrependim­ento pelos crimes.

De resto, o padrasto da menor que mais crimes sofreu tem três anos e 10 meses para cumprir, ao passo que o avô da menina foi condenado a quatro anos e oito meses. Quanto à principal ar- guida, uma mulher de 51 anos, apanhou nove anos de prisão por três crimes de lenocínio de menores, tendo sido considerad­o provado que recebeu dinheiro por facilitar encontros sexuais entre as duas menores e homens mais velhos, e que aliciou ainda uma terceira adolescent­e para se prostituir.

Os juízes deram por provado que a mulher se aproveitou da confiança das menores, vindas de famílias pobres e com comportame­ntos desviantes, para as convencer a fazer sexo a troco de dinheiro, sendo ela a responsáve­l pela angariação dos clientes. Um dos clientes, idoso de 76 anos, foi condenado a 12 anos por um crime de abuso sexual de criança e quatro de recurso à prostituiç­ão de menores, cometidos sobre uma menina com uma deficiênci­a cognitiva.

O Ministério Público acusou duas mulheres e quatro homens, todos residentes no concelho de Coruche e com relações familiares e de amizade entre eles. E os juízes considerar­am que todos agiram “com uma tremenda falta de valores morais e com total promiscuid­ade entre si”, aproveitan­do-se da “carência económica e da ausência de suporte familiar” das vítimas. Por estes motivos, e por estarem em causa vários crimes de recurso à prostituiç­ão de menores e de abuso de criança, o coletivo decidiu não suspender a execução das penas.

VÍTIMAS TINHAM ENTRE 13 E 15 ANOS QUANDO FORAM ABUSADAS SEXUALMENT­E

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