PRECOS TRAVAM MERCADO DAS RENDAS
EVOLUÇÃO r Entre janeiro e outubro de 2018 foram celebrados menos cerca de sete mil contratos de arrendamento face ao mesmo período de 2017 JUSTIFICAÇÕES r S bida do preço das rendas pedidas e incerteza legislativa são causas apontadas
DE JANEIRO A OUTUBRO foram celebrados menos cerca de sete mil contratos, face a 2017
SUBIDA DOS VALORES exigidos pelos senhorios é uma das causas para a diminuição
Onúmero de novos contratos de arrendamento registou, desde o início do ano até ao princípio de outubro, uma quebra de 3,6% face ao mesmo período de 2017, segundo dados da Autoridade Tributária (AT) e Aduaneira facultados ao CMpelo Ministério das Finanças.
Entre janeiro e outubro de 2018 foram celebrados mais de 214 mil contratos de arrendamento, aproximadamente menos sete mil, já que no período homólogo do ano passado esse número ficou acima dos 221 mil. Por outro lado, no mesmo periodo, o número de contratos que cessaram, ainda segundo os registos da AT, teve maior expressão este ano: mais de 134 mil, contra cerca de 124 mil até outubro de 2017.
A redução na oferta de casas com rendas mais acessíveis, mas também, na perspetiva dos proprietários, a incerteza causada pelas alterações legislativas previstas no setor da habitação são fatores que ajudam a explicar abaixa de novos arrendamentos.
A deputada independente eleita pelo PS Helena Roseta, que até ontem coordenava o grupo de trabalho parlamentar da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades – onde tem estado em discussão um pacote de medidas para reformar a lei das rendas – vem defendendo publicamente que “não temos falta de casas, temos é falta de casas acessíveis”.
Do lado dos senhorios, Luís Menezes Leitão, presidente daAssociação Lisbonense de Inquilinos, entende que as propostas legislativas emdiscussão no Parlamento vão contribuir para travar no- vos arrendamentos e também para que “todos os dias” haja “denúncias de contratos”, como disse na passada sexta-feira, no congresso sobre o Novo Regime do Arrendamento Urbano.
No início de outubro, havia mais de 1,4 milhões de contratos de arrendamento registados junto do Fisco, segundo o Ministério das Finanças. Cerca de 964 mil eramdestinados ahabitação permanente. Os restantes 436 mil diziam respeito asituações de residência temporária ou a arrendamentos comerciais.
TOTAL DE CONTRATOS DE ARRENDAMENTO ASCENDE A 1,4 MILHÕES
FISCO TEM REGISTADOS
964 MIL CONTRATOS DE HABITAÇÃO PERMANENTE
CESSARAM MAIS DE
134 MIL CONTRATOS DE ARRENDAMENTO EM 2018