CULTURA&ESPETÁCULOS: JOÃO PEDRO PAIS.
CARREIRA r João Pedro Pais encerra dias 27 e 28, no Coliseu de Lisboa, as comemorações dos vinte anos de percurso INÍCIO r Cantor começo no ‘Chuva de Estrelas’, em 1995, e estreou-se em disco em 1997. Hoje é um dos mais respeitados cantautores em Portuga
O CANTOR COMEMORA 20 ANOS DE CARREIRA COM DOIS CONCERTOS NO COLISEU DE LISBOA.
Estes vinte anos são muitos ou poucos para o João Pedro Pais? - São vinte anos muito naturais. Nunca tive pressa de chegar, assim como também não tenho pressa de sair.
- O que acha que o João Pedro Pais de 1998 acharia deste
João de 2018?
- (Risos). Eu estou muito orgulhoso de mim. A minha grande particularidade é que eu venho da luta, venho da alta competição e o atleta ajudou muito o músico.
- Como assim?
- A alta competição ajudou-me muito naquela coisa de saber que não sou um dado adquirido, que há outros melhores do que eu e que os dissabores existem. A diferença é que na luta eu dependia muito da minha capacidade física e dos treinos, na música eu já estou dependente, por exemplo, das rádios, se passam ou não a minha música.
- E essa é uma luta que nunca vai ganhar...
- Exatamente. E com uma agravante: assim não consigo chegar às pessoas.
- Com vinte anos de carreira já se sabe tudo sobre isto da música?
- Não. Há sempre muitas dúvidas. A minha grande preocupação é ter criatividade para fazer canções novas. No dia em que não tiver, saio como entrei: feliz da vida.
- O poço pode secar?
- Pode. Mas hoje há tantas fontes de inspiração. A mim, por exemplo, os outros inspiram-me muito, o Sting, o Eddie Vedder, o Damien Rice e outros tantos. Basta-me ouvir um toque de guitarra para me dar pica. Estou sempre na picardia comigo próprio. A minha cabeça é um desassossego do caraças. A minha cabeça é um tráfego constante em hora de ponta. - Há alguma música que se orgulhe mesmo de ter feito, que olhe para ela e diga: isto está mesmo perfeito. - Eu acho que o ‘Ninguém é de Ninguém’ é uma canção para a vida. Fala de nós todos de uma forma muito simplista. Escrevi-a numa tarde de domingo, muito inspirado na família, mas dá para tudo...
“NO DIA EM
QUE EU NÃO TIVER CRIATIVIDADE
SAIO COMO ENTREI: FELIZ DA VIDA”
“O ‘NINGUÉM É DE NINGUÉM’ É UMA CANÇÃO PARA A VIDA. FALA DE TODOS NÓS DE FORMA SIMPLES”