Correio da Manha

ADVOGADA E EX-PJ SUSPEITOS POR PLANTAR BALA

FOTOGRAFIA­S da Judiciária mostram que projétil é posterior ao homicídio

- DÉBORA CARVALHO

Tânia Reis e João de Sousa, a advogada e o consultor forense escolhido pela defesa de Rosa Grilo, são suspeitos de terem plantado o projétil encontrado na banheira do quarto do casal, nas Cachoeiras, em Vila Franca de Xira. Chamados ontem a depor nas instalaçõe­s da Polícia Judiciária, em Lisboa, foram ambos constituíd­os arguidos pelo crime de favorecime­nto pessoal (punível até três anos de prisão.

O projétil foi encontrado poucos dias antes do Tribunal de Loures proferir a sentença que condenou a viúva do triatleta à pena máxima, pelo homicídio do marido. A PJ investiga se a advogada e o consultor forense tentaram interferir no julgamento e na decisão que ia ser tomada pelos três juízes e quatro jurados, ao lançar confusão na opinião pública.

É a brigada de homicídios da PJ que está a investigar as circunstân­cias em que a bala foi encontrada na banheira. O facto desta descoberta ter acontecido mais de um ano e meio depois do homicídio do triatleta também levantou suspeitas aos investigad­ores. É que as fotografia­s tiradas na altura pelos elementos do Laboratóri­o de Polícia Científica mostram que o projétil é posterior ao crime.

Ao contrário de Tânia Reis, que optou pelo silêncio, João de Sousa quis prestar declaraçõe­s na PJ. Numa diligência curta, terá apenas negado a prática dos factos. “Acho pouco provável que tenha sido um erro dos meus ex-colegas na recolha de material. Mas os magistrado­s e inspetores também erram”, afirmou ao CM o João de Sousa. Foi o perito quem encontrou o projétil na banheira, em fevereiro, e deu o alerta às autoridade­s. O consultor foi inspetor da PJ e condenado a cinco anos de prisão por corrupção.

A descoberta da bala acabou por ser desvaloriz­ada pelo Tribunal de Loures, uma vez que a PJ apresentou as fotografia­s das perícias feitas à habitação. Ainda assim, este caso deu origem a um novo inquérito. Segundo apurou o CM, além da advogada e do consultor forense, já foram ouvidos os militares da GNR que se deslocaram à habitação no dia em que foi encontrado o projétil.

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