A grande intriga
ESTA É A NOSSA HISTÓRIA, A HISTÓRIA DE DEUS QUE ASSUMIU A CONDIÇÃO HUMANA
Não se nasce impunemente nas praias de Portugal”. Nem precisamos estudar muitos filósofos nem ser muito poetas para compreendermos que somos muito a nossa terra. E o nosso olhar, o nosso sentir, o nosso amar. E o nosso mar. Lá por cima o grande cosmos ou um imenso negrume. Novelos de mistérios a deixarem-nos a grande pergunta - o que estará para além? Já sabemos muito e até visitámos pequenos departamentos desse espaço. Mas essa imensidão é um nada comparada com o infinito.
Passo os olhos pelos jornais. Raramente sobem aos cem metros pois os focos incidem sobre as nossas pequenas intrigas enquanto lá por cima nas diferentes esferas se cruzam jogos de luz, nuvens e sombras com a inteligência e o astro rei a comandar silenciosamente os diferentes passos que somos obrigados a dar. Temos tentado subir e poisar em diferentes estações do nosso sistema solar. Mas voltamos sempre para trás por só nos equilibrarmos com os pés na terra. Segundo sabemos não cessam as tentativas dum salto maior que nos coloque a olhar o cosmos de cima para baixo. Dirão os astrólogos que outra coisa não têm feito na vida, com os olhos cansados de vigiar sistemas monstruosos mas que do nosso ângulo nos parecem partículas.
Entretanto cá por baixo derramamos as melhores energias em pequenas intrigas. Aqui, penso no Deus que tudo vê e julga. Que pensará deste ruído quotidiano que fazemos sobre o nada, por vezes para nada? Valham-nos os poetas, os místicos e os santos que não se deixam enredar em teias menores que nada tecem e tudo constroem? Os luzeiros são essenciais para sugerirem de forma segura onde os viandantes devem colocar os pés. Para não tropeçarem na viagem que todos somos chamados a percorrer. Cada qual pelo seu caminho. Esta é a nossa história, a história de Deus que assumiu a condição humana. Ainda bem. De contrário andaríamos perdidos sem saber para onde olhar e quem poderia responder às nossas infindas perguntas? Um dia veremos.