PEÇAS APREENDIDAS PELA PJ DÃO O MOTE À EXPOSIÇÃO ‘A ARTE DO FALSO’, PARA VER NO PORTO.
INVESTIGAÇÃO Peças apreendidas pela Polícia Judiciária nas últimas décadas expõem a mentira, a ilusão, a fraude e o engano, que se estende da pintura à moeda, passando pelas armas, pelos automóveis, pelas joias e até uma máquina de um charlatão que ‘curava’ doenças com base na energia do espírito
Miró, Picasso, Cesariny, Malangatana e Júlio Pomar são alguns dos pintores e artistas com obras falsificadas que foram apreendidas pela Polícia Judiciária e que estão entre as mais de 150 patentes na exposição ‘A Arte do Falso’, que celebra os 75 anos da PJ. A mostra, na Alfândega do Porto, dá a conhecer falsificações e mecanismos de adulteração, e alerta para os cuidados a ter de forma a evitar o envolvimento em esquemas criminosos.
“Quem quiser ser confrontado com alguma genialidade de quem falsifica, deve ir a esta exposição”, aconselhou Norberto Martins, diretor da Diretoria do Norte da PJ. E a astúcia dos criminosos surpreende, desde a mentira até à ilusão fraudulenta, em obras de arte, nas armas, nos automóveis, nas joias e até na construção de uma máquina que ‘cura’ doenças. “É extraordinário que se acredite na possibilidade de cura sentando-se numa cadeira com luzes que acendem, mas isto é o oportunismo de quem se aproveita das vulnerabilidades das pessoas”, acrescentou o diretor da PJ do Norte.
Mas esta exposição - criada com os frutos de décadas de investigação criminal - tem um objetivo pedagógico.
“A última coisa que a PJ faz é enaltecer os criminosos; a nossa atividade é combatê-los! A preocupação é dar informação para as pessoas saberem como proceder para não serem enganadas”, diz Norberto Martins.