França lança caça a islamistas radicais
ATAQUE Ministro do Interior diz que professor decapitado foi alvo de uma ‘fatwa’ INVESTIGAÇÃO Terrorista checheno ofereceu dinheiro a alunos para identificarem a vítima
Apolícia francesa lançou ontem uma operação em larga escala contra o islamismo radical, visando “dezenas de indivíduos” e associações acusadas de partilharem ideias extremistas ou fazerem a apologia do ódio e do terrorismo nas redes sociais. A oper a ç ã o é u ma consequência direta do bárbaro assassinato do professor Samuel Paty, decapitado em plena rua por um extremista checheno, na sexta-feira, por mostrar caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
“O medo tem de mudar de campo. Os islamistas vão deixar de dormir tranquilos no nosso país”, anunciou domingo à noite o presidente, Emmanuel Macron. O ministro do Interior, Gérard Darmanin, confirmou ontem que operação visa várias dezenas de radicais conhecidos das autoridades e grupos como o Coletivo Contra a Islamofobia em França ou associação BarakaCity, consideradas pelo ministro como “inimigos da República”.
Paralelamente a esta operação foram ainda abertas mais de 80 investigações contra “indivíduos que defenderam, de uma maneira ou de outra, nas redes sociais, que o professor teve o que mereceu”, explicou o ministro.
Pelo menos 11 pessoas foram detidas no âmbito da investigação ao assassinato de Samuel Paty, incluindo o pai de uma aluna e o islamista radical Abdelkhakim Sefrioui, que lideraram a contestação ao professor e publicaram nas redes sociais um vídeo a denunciá-lo. “Na prática, eles lançaram uma ‘fatwa’ [decreto religioso] contra o professor”, afirmou o ministro do Interior. O autor do ataque, Abdoullakh Anzorov, um extremista islâmico de origem chechena, de 18 anos, que foi abatido pela polícia, não conhecia o professor e vivia a mais de 100 quilómetros da escola onde este lecionava. Segundo a polícia, terá oferecido dinheiro aos alunos para lhe identificarem a vítima.
PRESIDENTE MACRON DIZ QUE O MEDO “TEM DE MUDAR DE CAMPO”