PJ com falta de meios na luta à corrupção
CERIMÓNIA Diretor-nacional assume falta de inspetores e peritos para dar rapidez aos processos mais complexos, mas recusa abandonar combate “essencial para o estado de direito”
Ac o me mor a ç ã o d o s 7 5 anos da Polícia Judiciária, cuja cerimónia decorreu ontem na sede da instituição, em Lisboa, serviu de palco a um alerta: os inspetores e peritos são poucos para combater, com rapidez, a corrupção. “Apesar de ainda haver insuficiência de meios e recursos humanos, deixando muitas vezes processos por concluir a tempo e horas, não desistiremos de estar na primeira linha desse combate essencial para o estado de direito”, afirmou Luís Neves, diretor-nacional da PJ.
“O País não é corrupto, as instituições não são corruptas. Há corruptos, sim, e a esses é pre
100 NOVOS INSPETORES DEVEM INICIAR FUNÇÕES NO PRÓXIMO VERÃO
ciso responder com investigações, acusações e julgamentos”, sublinhou Luís Neves, reconhecendo que “há um arrastar no tempo que não é desejável” em casos particularmente complexos, envolvendo corrupção, crimes financeiros, branqueamento de capitais e cibercrime, entre outros. Para os combater, são precisos “peritos”, que a PJ “está já a recrutar”. Os 100 novos inspetores, cujo ingresso na força policial foi adiado devido à Covid-19, “chegarão no próximo verão”.
A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, presente na cerimónia, reconheceu também que o combate a estes crimes não dispensa a necessidade de investimento e mais meios e revelou que vai ser aberto ainda este ano um concurso para 30 especialistas em investigação financeira. Marcelo Rebelo de Sousa reforçou que a PJ precisa de “meios capazes, atualizados, operacionais e eficazes”. O Presidente da República condecorou ainda a PJ com a Ordem do Infante D. Henrique.