Correio da Manha

VÍRUS PROVOCA SEIS VEZES MENOS MORTES DO QUE EM ABRIL

PANDEMIA RELAÇÃO ENTRE PESSOAS CONTAGIADA­S E VÍTIMAS MORTAIS REGISTA QUEDA

- ANA MARIA RIBEIRO

Onovo coronavíru­s está mais disseminad­o do que nunca junto da população portuguesa, mas está a matar menos do que quando chegou ao País, em março, e fez a sua primeira vítima mortal (no dia 16). Analisando os números, a mortalidad­e da Covid-19 é, agora, seis vezes menor do que já foi: se em abril matou 4,8% dos infetados, número que em maio subiu para 5,3%, desde então o seu efeito mortal começou a baixar e em setembro e outubro atingiu os 0,8%. Ou seja, está a matar uma pessoa em cada 116. As notícias são boas, mas os médicos são cautelosos na análise dos números.

“Temos um número de casos novos extremamen­te elevado, que está a provocar uma grande pressão sobre os cuidados de saúde primários, mas ainda não temos o efeito da mortalidad­e – porque essa só se vai sentir ao longo da próxima semana”, diz o epidemiolo­gista G u s t a v o T a t o B o r g e s . “Há muitas pessoas internadas e o desfecho de alguns casos é duvidoso”, garante.

Apesar de tudo, o médico Ricardo Baptista Leite admite ao CM que “hoje podemos gerir melhor a doença”.

“Temos mais conhecimen­to, sabemos como ventilar melhor, temos a dexametaso­na, fármaco que consegue baixar a mortalidad­e junto de doentes em Cuidados Intensivos”, lembra. E alerta: “Temos ferramenta­s e organizaçã­o que não tínhamos há sete meses, mas se não travarmos o aumento de novos casos não há sistema de saúde que aguente.” Num tema, os especialis­tas são perentório­s: é cedo para falar na atenuação da virulência do SARS-CoV-2. “Não é de espantar que o vírus, à medida que se torne endémico, se torne menos agressivo, mas isso não acontece de um mês para o outro”, conclui Baptista Leite.

MELHOR ORGANIZAÇíO TEM AJUDADO MUITO NO COMBATE À DOENÇA

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