TELEVISÃO&MEDIA: MEDIA CAPITAL. AS AUTORIDADES PASSAM A PENTE FINO AS LIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO MÁRIO FERREIRA.
ANÁLISE Relação entre empresário e investidores da TVI passada a pente fino REGULADORES CMVM e ERC abriram processos por causa das relações entre a Prisa e o dono da Douro Azul
No seguimento das investigações desenvolvidas para apurar se existiu concertação entre Mário Ferreira e a Prisa no controlo da Media Capital (MC), as autoridades já alargaram a investigação às ligações entre o empresário e o grupo de novos acionistas que se preparam para comprar os 64,47% da Prisa na dona da TVI, apurou o CM. O objetivo é verificar se existe concertação entre a Pluris, através da qual Mário Ferreira comprou 30,22% da MC em maio, e os promitentes investidores no grupo de media.
Estão a ser investigadas, por exemplo, as ligações de Mário Ferreira à CIN (um dos novos investidores através da participação na sociedade Zenithodyssey), já que entre os administradores não executivos desta está Manuel Alves Monteiro, novo CEO da MC, que terá sido indicado por Mário Ferreira, que é também vogal da Mystic Investments, empresa que este detém. Mário Ferreira é também acionista da Caravela Seguros, detida pela sociedade IBG, que se prepara para entrar na TVI através da Biz Partners.
Recorde-se que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) abriram processos para investigar as ligações entre o dono da Douro Azul e os espanhóis da Prisa. Numa decisão preliminar conhecida a 9 de outubro, a CMVM considera existir “exercício concertado de influência” sobre a MC, o que poderá obrigar Mário Ferreira a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as ações detidas pelos minoritários da MC (cerca de 5%). Já a ERC abriu no passado dia 15 um processo contraordenacional pela existência de “fortes indícios da ocorrência de uma alteração
CMVM CONSIDERA EXISTIR “EXERCÍCIO CONCERTADO DE INFLUÊNCIA”
ERC FALA EM INDÍCIOS DE “ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE DOMÍNIO”
não autorizada de domínio” sobre a MC. Se tal se comprovar, o negócio feito entre Mário Ferreira e a Prisa deverá ser anulado. A Autoridade da Concorrência também já está a olhar para o dossiê.