Triplo homicida mata mais dois por causa de 600 mil euros
CRIME Rui Mesquita Amorim matou tios e primo em 1995. Agora é acusado de matar dois ex-reclusos numa saída em 2018
Acumprir penas pesadas de prisão, Rui Mesquita Amorim - que matou em 1995 os tios e um primo em Vila Fria, Viana do Castelo - conseguiu matar dois homens numa saída precária de 48 horas, entre 1 e 3 de julho de 2018, na Póvoa de Varzim e Vila do Conde. As vítimas eram dois ex-reclusos que conheceu na cadeia. Uma das mortes foi planeada 7 meses antes na prisão de Coimbra. A vítima foi Fernando Borges, ‘Trico’, do gang de Valbom. Terá sido assassinado por dever 600 mil € a Amorim após um negócio de droga fracassado.
Rui Amorim foi agora acusado por esses dois crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver. A Justiça imputa-lhe assim, nos últimos 25 anos, um total de cinco homicídios.
A acusação do Ministério Público do Porto conta que ‘Trico’ foi a primeira vítima. O mem
CRIMES PREPARADOS SETE MESES ANTES NA CADEIA DE COIMBRA
bro do gang de Valbom tinha sido libertado em 2017 e iniciou com Rui Mesquita Amorim um esquema que visava introduzir droga na cadeia de Coimbra.
Diz a acusação que a morte de ‘Trico’ ocorreu após as 23h00 de 1 de julho de 2018. Encontrou-se com o homicida num bar na Póvoa de Varzim e não mais foi visto. Dois dias depois foi a vez de Eduardo Costa ser assassinado. Era também um antigo recluso e tinha estado a cumprir pena por homicídio. Este homem ajudou Amorim a encobrir a morte do líder do gang de Valbom: ligou para a mulher de ‘Trico’ a simular que aquele tinha sido raptado e a exigir 115 mil euros. Depois dos telefonemas, também este homem desapareceu sem deixar rasto. O Ministério Público não tem dúvidas de que também ele foi assassinado. A procuradora defende que Eduardo foi morto porque sabia demais. Podia denunciar Rui Mesquita Amorim pela primeira morte.
A investigação da PJ do Porto não conseguiu apurar como é que os dois ex-reclusos foram assassinados e o que aconteceu aos cadáveres. “O arguido decidiu tornar não localizáveis os corpos. (...) Revelou com este comportamento total insensibilidade e falta do respeito que é devido aos mortos, impedindo os familiares de fazerem as exéquias e o luto”, diz a acusação.
Rui Mesquita Amorim, de 49 anos, está atualmente preso na cadeia de Monsanto.