Correio da Manha

Covid-19 tira fins de semana a professore­s

CANSAÇO › Diretores sem descanso desde o início da pandemia obrigados a estarem disponívei­s 24 horas por dia para resolver problemas com casos

- EDGAR NASCIMENTO

São poucos os fins de semana livres para quem dirige uma escola em tempo de pandemia. João Dantas, diretor do Agrupament­o D. Maria II, de Braga, passou o dia de ontem em contactos com a autoridade de saúde devido a um caso suspeito numa escola. “Agora já conseguimo­s contactar a autoridade de um dia para o outro, mas até há dez dias era um desespero muito grande”, conta ao CM. Uma das principais dificuldad­es tem sido o atraso na realização de testes aos alunos. “Uns estavam em casa, outros na escola, era injusto. Tivemos alunos mais de 25 dias em casa”, relata.

“Os diretores estão muito cansados até porque, além do trabalho, existe uma enorme pressão para que corra tudo bem. É muito extenuante e vários colegas têm-me confessado o desejo de abandonar o cargo”, conta à Lusa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, que dirige o AE General Serpa Pinto, em Cinfães.

“Neste momento, temos duas escolas a funcionar em simultâneo: a escola normal e a escola Covid”, explica Irene Louro, diretora do Agrupament­o nº 2 de Loures. Os casos de Covid-19 obrigam a acionar uma intrincada operação, desde logo recolher informaçõe­s junto da família afetada para poder avisar os serviços de saúde. Para o delegado de saúde “segue uma folha Excel com dados variados e até uma planta da sala de aula onde o aluno se senta e contactos telefónico­s das famílias”, explica. As autoridade­s de saúde decidem quem fica em isolamento profilátic­o, mas são as escolas que informam as famílias dos alunos.

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balha nas escolas tem de estar disponível, mesmo de folga
Quem tra balha nas escolas tem de estar disponível, mesmo de folga

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