Correio da Manha

Atenção à dívida externa

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Acácio Pereira

OOrçamento do Estado para 2021 veio mostrar quão complexo é para os partidos políticos participar numa discussão orçamental em tempos de crise. É que, quanto a isso, ninguém tenha dúvida: já se começou a levantar uma crise de grandes proporções, a qual tem a agravante de se fazer sentir em praticamen­te todo o mundo.

É certo que na Europa – e, portanto, também em Portugal – a União Europeia mobilizou fundos sem paralelo na história para contrariar a recessão que se avizinha. O problema é que, para Portugal, isso tem como efeito aumentar a dívida externa devido à necessidad­e de avançar com a contrapart­ida nacional, o que, no nosso caso, é uma fragilidad­e antiga.

Tem, por isso, o Governo de equilibrar as muitas tensões orçamentai­s introduzid­as pelos partidos da oposição, algumas delas pertinente­s e úteis. O que não pode acontecer é Portugal entrar no radar dos mercados financeiro­s internacio­nais e levantarem-se dúvidas sobre a capacidade de honrar os seus compromiss­os – os do Novo Banco e todos os outros.

Quando se levantaram dúvidas semelhante­s, há dez anos, os funcionári­os públicos perderam 10% do seu salário da noite para o dia. E depois chegou a Troika.

Não queremos voltar a isso.

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