Morte de Mota Jr só rendeu 1600 €
ACUSAÇÃO Ouro vendido em loja do Barreiro abaixo do que esperavam
Luizo, Édi e Fábio sacaram menos do que esperavam no assalto em que mataram à pancada o rapper Mota Jr, em março, em Sintra. A expectativa era uma fortuna com o ouro e dinheiro que o cantor mostrava nos vídeos musicais, mas só conseguiram algumas notas de 20 €, anéis e um fio - que despacharam por 1600 €.
De acordo com a acusação do Ministério Público de Sintra, que imputa aos três homens (e à rapariga que, feita com eles, atraiu o músico de 28 anos à cilada mortal) os crimes de homicídio qualificado, sequestro, roubo e furto, os artigos foram levados a uma loja de ouro no Barreiro, a 15 de março, seis horas após o corpo de Mota Jr ter sido abandonado em Sesimbra. Pediram 2500 € pelos bens, o que a loja recusou. Foram depois para a Cova da Moura, onde Fábio, que ali vivia, falhou ao encontrar comprador. Também não tiveram sucesso numa loja de penhores em Moscavide.
O golpe tinha “corrido mal”, lamentavam, e combinaram que “cada um teria de seguir o seu caminho e não podiam comunicar mais entre si”. Apenas conseguiram vender o ouro no dia 17 à tarde, no Barreiro, por 1600 €. Foi um amigo de Luizo - investigado à parte por recetação - quem deu a cara. Os outros tinham “pressa em receber o dinheiro para fugir para o estrangeiro” e ele conseguiu 500 € em numerário, que deu a Luizo. Os restantes 1100 só entraram no dia seguinte por transferência. Com o dinheiro, Luizo e Édi foram ao aeroporto de Lisboa pedir passaportes urgentes, fugindo para Manchester (Inglaterra), respetivamente a 19 e 20 de março. Édi foi detido em maio ao tentar regressar a Portugal, dias após a descoberta do corpo de Mota. Luizo foi extraditado em julho e Fábio detido no dia 2. Estão os três presos.
MÚSICO MOSTRAVA OURO E DINHEIRO NOS VÍDEOS E ISSO ATRAIU HOMICIDAS